Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Divulgação V

Dica de Wadlia Araújo:


Simpósio no CAC prestigia trabalhos de alunos de Letras
 
Nos dias 18 e 19 de novembro, o Centro de Artes e Comunicação da UFPE recebe o I Simpósio de Linguística Aplicada e o Educador de Língua Inglesa (LAELI), com o tema “Por um Conhecimento que Mude a Vida de Alguém”. No encontro, 45 alunos do curso de Graduação em Letras e 12 alunos do Programa de Pós-Graduação em Letras, entre discentes de outras Universidades, apresentarão trabalhos.
Professores da PUC-SP, Unicamp, UFCG, IFTO, IFPI, Escola Americana, Stance Dual School, Oak Tree, Fafire, Famasul, entre outras, também estarão participando, ministrando workshops e minicursos e apresentando painéis. A programação ainda conta com palestra, mesa-redonda e lançamento de livro.

Os interessados em participar como ouvinte poderão se inscrever no dia do evento. Entrando em contato com a Comissão Organizadora do LAELI, através do e-mail compassufpe@gmail.com, poderão ser realizadas reservas de vagas para as atividades, assim como solicitação para emissão de certificados.

O evento tem como objetivo incentivar o desenvolvimento crítico-colaborativo da ação de pesquisadores discentes na Graduação em Letras: Língua Inglesa e na Pós Graduação em Letras, Linguística e Linguística Aplicada, como foco no ensino-aprendizagem e na área de formação de professores da Língua Inglesa de Letras/UFPE.

O simpósio conta com o apoio do Compass e do Centro de Artes e Comunicação, do Departamento de Letras, do Programa de Pós-Graduação em Letras, da Editora Universitária e do Núcleo de Estudos em Compreensão e Produção [Inter]linguísticas da UFPE.
Mais informações
http://compassufpe.criarumblog.com/
compassufpe@gmail.com

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Memória de Aula 05 por Vânia Tajra


Disciplina: Teoria Literária
Professora: Socorro Acioli
Aluno: Vânia Tajra

AULA 05: ESTÉTICA DA RECEPÇÃO

Perdi a quinta aula e por mais que tente entender, perdi o referencial do processo. Não participei das discussões, das inserções com Ulisses\ Fagner \ Wadlia... e nem das explicações da professora... Como consequência, tive que me ater ao texto e tentar entender através de Hans Robert Jauss, como se poderia reescrever a história da literatura.

Logo de início percebo que o termo “renovar” demanda uma série de implicações e “renovar” na história da literatura parece ser mais complexo ainda. Se é difícil pra mim compreender essa nova concepção do processo hoje, posso garantir que não foi fácil para o alemão Hans Robert Jauss, da Escola de Constança. Por isso, ele propôs a renovação através de 7 teses. As quatro primeiras teses apresentam os princípios que servem de base ao raciocício de Jauss e as 3 últimas expoem a metodologia a ser seguida.

Logo na primeira tese Jauss afirma que nem a Teoria Literária Marxista, que procurava demonstrar o sentido da literatura como retrato da realidade social, nem a Escola Formalista, que compreendia a literatura como uma sucessão de sistemas estético-formais sem relação com o processo geral da história, reconhecem o verdadeiro papel do leitor. Para Jauss a história da literatura é um processo de “recepção e produção estética que se realiza na atualização dos textos literários por parte do leitor que os recebe, do escritor, que se faz novamente produtor, e do crítico, que sobre eles reflete”. Então, nessa primeira tese Jauss propõe que seja repensado o papel que o historiador assume e entende a permanência de uma obra através do tempo em função da atuação do público sobre essa obra e não em função dela mesma, por valores eternos e imutáveis contidos na obra. A estética da recepção, assim colocada, concebe o texto como objeto histórico e oferece a cada observador, de diferentes épocas, diferentes percepções.

Na segunda tese, Jauss argumenta em favor da experiência estética do leitor, traduzida como resultado da interação obra-leitor. Para Jauss a leitura pode influenciar na produção de outras obras, levando-se em consideração a questão do bom gosto, mas de uma forma crítica e criadora. 

As terceira e quarta teses trabalham com o conceito de horizonte de expectativa, ou seja “a literatura como acontecimento cumpre-se primordialmente no horizonte de expectativa dos leitores, críticos e autores, seus contemporâneos e pósteros, ao experienciar a obra”. Trabalhando essas teses numa visão mais conceitual poderíamos dizer que o já conhecido da experiência estética anterior  e a mudança de horizonte exigida pela acolhida a uma nova obra, determinam o ponto de vista da estética da recepção.

Nas três últimas teses, Jauss  procura explicitar como se efetua uma história da literatura, do ponto de vista da recepção. Para isso ele propõe sua execução através de 3 formas conjuntas que são: diacrônica, sincrônica e o relacionamento entre a vida prática e a literatura.

Por análise diacrônica, entendo ser a análise feita da língua ao longo do tempo, ou seja sem espaço definido. Já a parte da análise sincrônica  diz respeito ao estudo da língua em um determinado espaço de tempo, pois segundo alguns autores, quando se fala em estado de língua “é necessário considerar uma época”...

Memória de Aula 05 por Wadlia Araújo Tavares


As únicas notas de aulas feitas foram a cópia daquilo que foi uma tentativa da professora de tornar mais palatável aquilo que foi discutido: Estética da Recepção. Sabe quando você conhece algo só de ouvir falar e quanto mais se aproxima, parece que menos se entende? Pois é, esta é minha situação com relação à Estética da Recepção.

H.R. Jauss não precisa de meu juízo de valor mas a maioria de seus argumentos são plausíveis, outros, particularmente, nem tanto e há outros ainda que não alcanço. Isso não me assusta. É como se este tipo de “dificuldade” confirmasse que estou no meu caminho certo, academicamente falando!

Essencialmente, simplificar isso é um crime mas confesso meu delito, o texto trata do leitor e da crítica e ainda apresenta uma crítica o método histórico-biográfico de investigação literária.

Em A história da literatura como provocação à teoria literária de H.R. Jauss, pelo menos nos trechos por nós lido, o autor lança 7 teses a respeito da presença fundamental do leitor para o pensamento da História da Literatura.

A primeira tese, na verdade a VI, trata do local da historicidade da literatura. Esta, deveria se dá e para ele é assim,  está na experiência do leitor. Muitos conceitos que permeiam o texto de Jauss pertencem a outras áreas de conhecimento (História, Política etc.) por isso se faz necessário um cuidado redobrado na leitura e conclusões formuladas a partir deste texto. Conceitos interessantes intrigaram-me como Fato Literário (produção), Fato Histórico (acontecimento localizado na linha temporal cronológica) e Acontecimento de Uma Obra (recepção, leitura). Outra curiosidade interessante foi revelada a nós acerca dos conceitos de produção (crítica marxista) e representação (crítica estruturalista).

A segunda tese, na verdade a VII, mostra o conceito de Horizonte de Expectativa. O leitor já o tem antes do contato com a leitura, mas esta leitura pode expandir este horizonte (boa leitura) ou não (obra sem valor). Esta tese faz crítica ao New Criticism, a  J. Mukarovsky e a Roman Jakobson[1] por seu ceticismo disseminado. Para Jauss, só a Estética da Recepção pode, de maneira perfeita, medir o efeito estético no leitor. O efeito da obra no seu público só existe a partir do horizonte de expectativa daquele.

A terceira tese, na verdade VII, traz outro conceito caro à Estética da Recepção: dimensão estética, ou seja, entre o Horizonte de Expectativa e a nova obra há a Dimensão Estética que determina o sucesso ou o fracasso da obra para o leitor. Veladamente, observamos a construção do ideário em favor da relativização do cânone literário[2] que Jauss constrói em seu texto.

A quarta tese, na verdade a IX, expõe que para analisar uma obra do passado é necessário entender o Horizonte de Expectativa dos leitores do seu tempo. E como perceber estes Horizontes de leitores contemporâneos de um livro escrito no inicio do século XIX? Através de registros dos críticos, testemunhos e diários de pessoas daquele então. Conceitos interessantes emergem desta tese como objetivismo histórico:

O objetivismo histórico, na medida em que apela para o seu método crítico, oculta o entrelaçamento efeitual-histórico em que se encontra a própria consciência histórica. É verdade que, graças ao seu método crítico, ele desmorona a arbitrariedade e o capricho de certos atualizadores congraçamentos com o passado, mas com isso ele se livra da má consciência de negar aquelas pressuposições que não são arbitrárias nem aleatórias, mas sustentadoras, as quais guiam seu próprio compreender; dessa forma negligencia a verdade que seria acessível, apesar de toda finitude de nossa compreensão.[3]

 E história do efeito:
               
Um pensamento verdadeiramente histórico tem que ser capaz de pensar, ao mesmo tempo, sua própria historicidade. [...] O verdadeiro objeto histórico não é um objeto, mas a unidade de um e do outro, uma relação na qual a realidade da história é idêntica a realidade da compreensão histórica. Uma hermenêutica adequada deve mostrar na compreensão mesma a realidade da história. Ao conteúdo dessa exigência eu chamaria história do efeito.[4]

 A quinta tese, na verdade a X, versa que não é só a inovação estética que garante o caráter artístico, mas a forma como esse texto é recebido através do tempo. Há uma “sequência” a ser obedecida: enquadramento (insira a obra isolada em sua “série literária”) e depois a repercussão (recepção das obras à história da literatura, como acontecimento). Uma dúvida surge: A nova obra, mencionada no resumo da tese, é resultante da recepção ativa de uma obra já existente ou de uma obra inaugural?

Outro conceito interessante é a dispensável, para o concebimento da autogeração dialética de novas formas, teleologia:

1.      Estudo da finalidade. 2. Doutrina que considera o mundo como um sistema de relações entre meios e fins. 3. Estudo dos fins humanos[5]

A sexta tese, na verdade a XI, aponta que cada tempo oferece uma multiplicidade de obras resultando em uma multiplicidade de relações. Uma já conhecida dicotomia (porém reinterpretada) é apresentada: contemplação diacrônica – a historicidade na metodologia de apresentação da literatura como somente um apanhado da vida e obra de um determinado autor – e corte sincrônico – atravessando um momento de desenvolvimento, classificar a multiplicidade heterogênea das obras contemporâneas segundo estruturas equivalentes, opostas e hierárquicas e, assim, revelar um amplo sistema de relações na literatura de um determinado momento histórico. Outro conceito válido é o da decomposição da literatura em uma heterogênea multiplicidade do não-simultâneo que, na prática, se possível fosse, corresponderia ao rompimento de todas as “amarras” classificatórias, como por exemplo, a delimitação, em recipientes, de correntes literárias, as quais começam e terminam em um dado momento situado.

A sétima tese, na verdade XII, indica que a história da literatura só se cumpre quando é vista também como história particular e modifica a vida do leitor. Para sustentar tal tese, autor se vale da exemplificação de um percurso no qual se nota a função socialmente constituída da literatura. Com este percurso que se desenha demonstra até que a literatura tem a capacidade de ensinar ao seu leitor a evitar frustração. Para mim foi uma surpresa semelhante função literária ser apontada em um texto teórico. Nesta tese, a crítica é endereçada ao estruturalismo literário que reduz, ignora e não pergunta. Particularmente, acredito que nada que surgiu depois do estruturalismo pode contestá-lo, tão ferrenhamente, pois tal coisa só se configurou por conta da revolução proporcionada por este mesmo estruturalismo.

Conhecer (e não entender tão bem) o que seja Estética da Recepção foi um passeio útil. Sigamos em frente em nossa trilha e cheguemos a próxima parada! Até mais!


[1] Um ponto com o qual não concordo. Nada em ciência é absoluto, como querer cobrar isso de Jakobson e mais grave ainda, como imputar a tal corrente (Estética da Recepção) este caráter total.
[2] Outro ponto extremamente controverso e questionável.
[3] Em <http://www.filoinfo.bem-vindo.net/filosofia/modules/lexico/entry.php?entryID=2769> , acesso em 22/10/2010, às 23:01
[4] ARAUJO, Valdei Lopes de. Sobre o lugar da história da historiografia como disciplina autônoma. Em < http://www.ufjf.br/locus/files/2010/02/42.pdf>, acesso em 22/10/2010, às 23:11
[5] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986 (2ª edição, revista e atualizada. 33ª impressão)

Memória de Aula 05 por Ulisses Holanda de Oliveira


Nesta quinta memória tratarei das 7 teses de Hans Robert Jauss. 
Texto longo e exaustivo, porém interessante. Contudo a aula foi mais empolgante. A professora estava mais dona de si. Os alunos mais interessados. 
Com a leitura do texto percebi que a Estética da Recepção, objeto de análise desta memória e corrente literária de Jauss, é bastante utilizada em análise nas salas de aulas. Percebi isso com a leitura do texto, as observações dos meus colegas de “conversas paralelas” e com as explicações de my teacher
Um dos precursores da Estética da Recepção, Hans Robert Jauss dá início a um novo ciclo de estudos literários, sugerindo outros caminhos para a teoria e história da literatura. O público passa a ser considerado fator fundamental em sua proposta: 
“a história da literatura é um processo de recepção e produção estética que se realiza na atualização dos textos literário por parte do leitor que os recebe, do escritor, que se faz novamente produtor, e do crítico, que sobre eles reflete”. 
Vamos às observações. Primeira: A crítica de Jauss à história da literatura baseia-se no fato de que, em sua forma habitual, a teoria literária ordena as obras de acordo com tendências gerais; ora abordando as obras individualmente em seqüência cronológica, ora “seguindo a cronologia dos grandes autores e apreciando-os conforme o esquema de ‘vida e obra’” (JAUSS, 1994, p.6). 
Vamos agora dar um passeio rápido sobre as 7 teses de Jauss. Em relação a 1ª tese: “ A obra literária não é um objeto que exista por si só oferecendo a cada leitor em dada época um mesmo aspecto” e  “a literatura como acontecimento cumpre-se primordialmente no horizonte de expectativas dos leitores, críticos e autores, seus contemporâneos e pósteros, ao experienciar a obra”. A primeira tese diz que a obra literária tem caráter dialético e os fatos nada mais são do que resíduos desse processo; sem leitores para reatualizar a obra, ela perde toda a ação, energia e existência. 
Na tese 2 vi que a obra literária em contato inicial com o leitor não se apresenta como novidade absoluta, mas ela desperta a lembrança do já lido e conduz o leitor a determinada postura emocional, antecipando um horizonte geral da compreensão. E ainda determina que a análise literária deve reconstituir o horizonte de expectativa do primeiro público da obra, isto é, o sistema de referências que resulta de três fatores principais: a experiência preliminar que o público tem do gênero com que ela tem a ver, a forma e a temática de obras anteriores, cujo conhecimento pressupõe, e a oposição entre a linguagem poética e a linguagem prática, mundo imaginário e realidade cotidiana. Ufa!   
A terceira tese determina que, entre o horizonte de expectativa do público e a experiência nova de uma obra, um escrito estético medido pelo sucesso, pelo escândalo, pelo fracasso, pode tornar-se critério da análise histórica, estabelecendo o valor artístico da obra de acordo com sua recepção. Vimos o exemplo de Gustave Flaubert com o livro Madame Bovary e Feydeau com seu Fanny. 
Já na quarta tese, Jauss propõe o conceito de fusão de horizontes, a ocorrer quando as questões a que a obra respondia no momento da primeira recepção são compreendidas, portanto, como os leitores da sua época poderiam tê-la compreendido. Importante ressaltar que se evite o anacronismo de olhar a obra como foi vista no passado e ter isso como única possibilidade de compreensão. “Quando a obra passa de um contexto histórico para outro, novos significados podem ser dela extraídos”. (EAGLETON, 1997, p. 98).  
O aspecto diacrônico, exemplificado na quinta tese, diz respeito à recepção da obra literária ao longo do tempo, e deve ser analisado, não apenas no momento da leitura, mas no diálogo com as leituras anteriores. Esse pressuposto demonstra que o valor de uma obra literária transcende à época de sua aparição e o novo não é apenas uma categoria estética, mas histórica, porquanto conduz à análise. A contemplação diacrônica somente alcança a dimensão verdadeiramente histórica quando não deixa de considerar a relação da obra com o contexto literário no qual ela, ao lado de outras obras de outros gêneros, teve de se impor. 
A partir do aspecto sincrônico, abordado na sexta tese, a história da literatura procura um ponto de articulação entre as obras produzidas na mesma época e que provocaram rupturas e novos rumos na literatura. 
A relação entre literatura e vida, explicitada na sétima tese de Jauss (1994), pressupõe uma função social para a criação literária, pois, devido ao seu caráter emancipador, abre novos caminhos para o leitor no âmbito da experiência estética. 
Deixo aqui minha opinião em relação a esse estudo: foi muito proveitoso! Espero ser assim também a próxima aula, que vai abordar a literatura comparada. Entretanto não me agradou muito o texto escolhido, pois está muito fragmentado e pouco claro. 

No mais, um abraço a todos!


Sites pesquisados e utilizados nesta memória:
http://www.fw.uri.br/publicacoes/literaturaemdebate/artigos/n2_12-VIAGENS.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/artigos_teses/LinguaPortuguesa/artigos/EST_RECEP_TEORIA_EFEITO.pdf

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Divulgação IV

Dica de Wadlia Araújo:

O Fórum de Linguística Aplicada e Ensino de Línguas é um evento bienal realizado na Universidade Federal do Ceará. Neste ano, ocorrerá entre os dias 24 e 26 de novembro e tem como tema Formação de professores e ética.

OFórum - que acontece sob a coordenação das Profa. Dras. Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin e Lívia Márcia Tibas Rádis Baptista - é uma atividade do GEPLA- Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguística Aplicada, do Programa de Pós-graduação em Linguística e do Departamento de Letras Vernáculas. Sua organização é de responsabilidade da UFC, em parceria coma a Universidade Estadual do Ceará (UECE), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA),a Secretaria de Educação do Estado do Ceará (SEDUC/CE), a Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza (SME) e a Faculdade 7 de Setembro (FA7).

PROGRAMAÇÃO PROVISÓRIA

1º dia: 24/11/2010 (quarta-feira):

8h – 9h: Credenciamento.

9h – 10h: Solenidade de Abertura.

10h – 11h30min: Conferência de abertura.
Título:Uma Linguí­stica Aplicada Plenamente Emancipada. Ainda um sonho ou uma perspectiva concreta?
Dr. Kanavillil Rajagopalan (IEL/Unicamp)

INTERVALO

14h – 16h: Mesa redonda 1
Título: Ciência do discurso e formação de professor
Coordenação: Dra. Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin (UFC)
Dra. Antonia Coutinho (Universidade Nova de Lisboa)
Dra. Vera Cristóvão (Universidade Estadual de Londrina)
Dra. Ana Maria Guimarães (Universidade do Vale dos Sinos)

14h – 16h: Mesa redonda 2
Título: Linguística Aplicada, educação especial e ética.
Coordenação: Dra. Izabel Magalhães (UFC)
Dra. Vanda Leitão (UFC/FACED)
Dra. Rita Vieira de Figueiredo (UFC/FACED)
Dra. Sandra Maia (UFC)



16h às 16h30min INTERVALO

16h30 às 18h : Conferência.
Dr. John Robert Schmitz (IEL –Unicamp)
Título: A Odisséia da Linguística Aplicada no Brasil e no mundo



2º dia: 25/11/2010 (quinta-feira):

8h – 9h30min
Palestra 1 Agir pelos textos: o papel dos textos e dos discursos no desenvolvimento da pessoa
Dra. Antonia Coutinho (Universidade Nova de Lisboa)

8h-10h: Mesa redonda 3
Título: Aquisição, subjetividade e estilo
Coordenação: Dra Luciane Côrrea Ferreira (UFMG)
Dra Bernadete Abaurre (IEL/Unicamp)
Dra Maria Cristina Micelli Fonseca (UFC)
Dr. Leonel Figueiredo de Alencar Araripe (UFC)


INTERVALO (Sessão de pôsteres)

10h30min – 12h
Palestra 2
Dr. Daniel Faïta (Université Provence)

Mesa redonda 4
Título: Letramento, discurso literário e ensino.
Coordenação: Fabiano Seixas Fernandes (UFC)
Dra. Dolores Aronovich Aguero (UFC)
Dr. Marcelo Pellogio (UFC)
Dra Cleudene Aragão (UECE)


INTERVALO

14h – 15h30min: GT’s.

15h30 – 17h
Palestra 3
Título: Ciência, Educação, Sociedade e Ética
Dra. Maria da Conceição Fraga (UFRN)


INTERVALO

17h30 - 19h30min

Mesa redonda 5
Título: Ambientes virtuais de aprendizagem
Coordenação: Dra. Vládia Maria Borges (UFC)
Dra. Massília Maria Lira Dias (UFC)
Dra. Antonia Dilamar de Araújo (UECE)
Dr. Júlio César de Araújo (UFC)


Mesa redonda 6
Título: Interação e linguagem
Coordenação: Dra. Ana Célia Clementino (UFC)
Dra Maria Ednilza Moreira (UFC)
Dra Pollyanne Bicalho Ribeiro (UFC)
Dra. Kazuê Saito Monteiro de Barros (UFPE)

3º dia: 26/11/2010 (sexta-feira):

8h – 10h: Mesa redonda 7.
Título: Avaliação, formação de professores e ética
Coordenação: Dra Lívia M.T.Rádis Baptista (UFC)
Dra. Lívia Suassuna (UFPE)
Dra. Gretel Eres Fernández (FEUSP)
Dra. Tânia Viana (UFC)


INTERVALO

10h30min – 12h
Palestra 4
Dr. Marcos Bagno (UNB)

Palestra 5
Dr. Clécio Bunzen (UNIFESP)

INTERVALO (Sessão de pôsteres)

14h00min – 15h30min: GT’s.

LANÇAMENTO DE LIVRO / CAFÉ

16h – 17h30
Palestra 6
Título: Pedagogia dos multiletramentos e pluralismo cívico
Dra Roxane Helena Rodrigues Rojo
(IEL/UNICAMP)

Palestra 7
Dr. Christian Puren (Université Paris XIII)


17h30 às 19h
Conferência de encerramento
Título:La notion de « style professoral » est-elle pertinente ? Vers de nouvelles approches didactiques à travers l’agir professoral.
Dra. Francine Cicurel (Paris XIII)




INSCRIÇÕES
3a chamada 21/09 a 12/11 (somente sem trabalho)
Professores e profissionais da educação - 90,00
Estudantes de pós-graduação - 70,00
Estudantes de graduação - 30,00

Passos para a inscrição:
1 - Para ter acesso à ficha de inscrição, clique ---aqui---

2 - Ao abrir a página do link acima, clique em download.

3- Na página seguinte, clique em "download now"

4 - Na página seguinte, espere a contagem de 20 segundos e clique em "download file now".

5 - Preencha a ficha e envie para flael2010ufc@gmail.com


Fone: (85)96270987

Divulgação III

Dica de Carlos Rangel:



Blog para inscrição: http://7inter.blogspot.com/

Memória de Aula 04 por Vânia Tajra


Disciplina: Teoria Literária
Professora: Socorro Acioli
Aluno: Vânia Tajra

AULA 04: FORMALISMO E ESTRUTURALISMO

Ainda não posso começar essa etapa afirmando ser “um peixe dentro d’água”... Ainda tenho dúvidas sobre o que é de fato um “texto literário”... Muitas vezes me pego pensando nas diferenças entre “narrativa e narratividade” e com relação ao New Criticism, preciso confessar, que ainda sonho com a construção do “personagem”... Ulissiel não me convenceu...

Por outro lado, me pego a cada encontro mais empolgada com as descobertas e isso me entusiasma. Chego em casa, após cada aula, ávida por informações. Nunca pensei que “literatura” fosse me fazer falta... Enfim, me deixo envolver pelas memórias do nosso quarto encontro... e como gosto disso!!!!

O nosso primeiro momento desse quarto encontro é pautado em conceitos e concepções de algumas etapas literárias. Começamos pelo Formalismo Russo.

O contexto mundial do século XIX é o da Primeira Guerra Mundial. Essa época é marcada pela expansão do Rádio, pelo cinema de Charles Chaplin e nas artes, pelo Cubismo e pelo Jazz. A Rússia vivia um período de profundas mudanças marcado pela Revolução Russa. Essas mudanças afetavam também as produções artísticas. Como consequência surge uma corrente crítica da literatura, chamada de Formalismo Russo

Essa corrente focava nos aspectos do texto literário e buscava chegar a uma ciência da literatura, que tivesse por objeto a literariedade do texto, ou seja, o objetivo era conhecer o texto profundamente, sem levar em consideração fatores externos, como a sociologia, antropologia e psicologia... A ordem era “transformar o texto em obra de arte”. Fizeram parte desse momento nomes como Roman Jakobson e Tzevetan Todorov, Mikhail Bakhtin, Vladimir Propp, Viktor Chklovski, Óssip Brik, Yuri Tynianov, Boris Eikhenbaum e Boris Tomachevski.

Alunos da Universidade de Moscou aderiram ao Movimento e criaram o Círculo Linguístico de Moscou, entre 1914 e 1915. O grupo igonorava as premissas filosóficas ou metodológicas e portanto, toda conclusão “abstrata”. O objetivo era realizar estudos nos campos da poética e da linguística, obedecendo os critérios estabelecidos para essa nova etapa literária, focados nos aspectos intrísecos do texto literário. Aliaram-se então ao grupo inicial do Formalismo, nomes de vanguarda da literatura como Maiakowski, Pasternak e Asseiev. 

A primeira publicação do grupo foi A Ressurreição da Palavra, de Viktor Chklovisky. Logo depois foram publicadas a Cletânea Poética, de Óssip Brik. Em um certo momento entretanto, as idéias Formalistas confrontaram com as teorias Marxistas. Os marxistas pregavam a poética atrelada à realidade social e os formalistas acreditavam no sentido exato da palavra e não na expressão do pensamento do autor. Roman jakobson dizia: “ A poesia é linguagem em sua função estética. Deste modo o objeto de estudo literário não é a literatura e sim a literariedade, ou seja aquilo que torna determinada obra uma obra literária.”

Vladimir Propp é um dos nomes que mais se destaca neste momento. Ele é fundador da Teoria da Narrativa, ou Narratologia, baseada no enredo de contos populares russos. Propp, que fazia parte do Formalismo, encarava os contos como algorítmos combinatórios (e eu, pensando que Matemática, estava fora da Literatura). Para Propp todas as narrativas dos contos eram repetidas e apenas os seus personagens eram alterados. Em 1928, ele escreve “A Morfologia dos Contos de Fadas”. Nessa obra Propp estabelece os elementos narrativos encontrados nos contos folclóricos russos e estabelece para esses contos 7 classes de personagens, 6 estágios de evolução narrativa e 31 funções narrativas do drama.

Outros grupos foram surgindo pelo mundo utilizando as premissas do Formalismo Russo, ou seja, “desmontando o texto e olhando para dentro”. São eles o Círculo Linguístico de Praga, fundado por Roman Jakobson, em 1926; a Escola de Tártu, na Estônia e o Grupo Tel Quel, na França, onde começam os primeiros pensamentos Estruturalistas.

Termino de fazer a minha “análise” sobre o Formalismo. Releio o que escrevi. Mas ainda me questiono: o que faz um texto ser bom?? 

Uma discussão ganha ritmo quando começamos a falar sobre Literatura e Linguística. Parece existir uma “batalha de ego” entre os estudiosos das duas áreas. E como se não bastassem os conceitos que já temos que absorver, “nosso querido Fagner”, surge com mais um:  o multimodal. Reflito sobre esse novo momento... Penso em “pluralidade”...talvez. Ou quem sabe vários significados? Mais de um código semiótico? Viajo no tempo e no espaço: “eu quero uma casa no campo...” Me vem uma sensação de paz e quando percebo, estamos caminhando pelo Estruturalismo.

Para muitos estudiosos, o Estruturalismo vem baseado no pensamento de Ferdinand Saussare. A linguística de Saussare se fundamentava no estudo da língua e do uso coletivo, desprezando o individual. Saussare considerava a língua homogênea e dinâmica. Saussare lança as bases para a compreensão de conceito de estrutura, idéia que acaba se difundindo e constrói a tendencia Estruturalista. Após sua morte, muitos estudiosos da época, buscaram nos seus escritos, a fundamentação para a Corrente Estruturalista Pós- Saussariana. Mas o que seria um texto “estruturalista”? Seria a análise do discurso, antes da existência da obra? Seria o objetivo em detrimento do subjetivo? Nesse caso, estaríamos falando de “impressões” e “juizo de valores”?

O primeiro estruturalismo do qual falamos em sala de aula foi o Estruturalismo Eslavo. Nesse momento destacamos nomes como Roman Jakobosn, que também aparece no Formalismo e Iara Mukarovsky. Logo em seguida caminhamos pelo Estruturalismo Francês, na década de 60 e nomes como Roman Jakobson aparecem outra vez, se destacando na linguagem e na poética. Claude Levi, se destaca nessa época na antropologia e Greimas (Wadlia....) acaba surgindo com o destaque para a Semiótica. Mas essa época tem em Roland Barthes seu maior difusor. 

A crítica Estruturalista distinguia-se por analisar as obras literárias por meio da Semiótica ou Ciência dos Signos. Os estudos de Mikhail Bakthin, sobre Linguística e os conceitos de Jakobson de análise estrutural da linguagem, poesia e arte, foram de extrema importância para os estudos modernos nos campos da Linguística e da Teoria da Literatura.

O pouco tempo que nos restou no final da aula foi marcado por outros pensamentos, como a Semiótica das Paixões, tão bem detalhada por Wadlia e o encontro memorável da professora com o escritor Paulo Coelho...