Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Luto literário

Literatura brasileira perde o mestre Moacyr Scliar

Publicado originalmente naZero Hora
Ser um escritor não é necessariamente gostar de escrever — alguns nem gostam, dado o quanto sofrem na construção de um texto.
Com Moacyr Scliar, morto à 1h deste domingo por falência múltipla de órgãos devido às consequências de um acidente vascular cerebral (AVC), acontecia o contrário. Poucos escritores terão gostado tanto de escrever — e terão demonstrado tanta facilidade em fazer isso.
Aos 73 anos, o porto-alegrense Moacyr Jaime Scliar havia construído uma obra sólida, com mais de um livro publicado para cada ano de vida, em uma ampla gama de gêneros: contos, romances, literatura infanto-juvenil, ensaios. Além disso, era colunista frequente de uma dezena de publicações, de jornais diários como Zero Hora e Folha de S. Paulo a revistas técnicas. Escrevia em qualquer lugar a qualquer hora, auxiliado pela tecnologia – jamais viajava sem seu laptop. Tal dedicação à palavra e ao ofício que exercia com evidente prazer transformaram Scliar em um dos autores mais respeitados do Brasil.
Scliar morreu no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde estava internado desde 11 de janeiro. O escritor havia sido admitido no hospital para a retirada de pólipos (formações benignas) no intestino. A cirurgia, simples, havia transcorrido sem complicações. Scliar já se recuperava quando sofreu um AVC – obstrução de uma artéria que irriga o cérebro – de extrema gravidade.
Scliar nasceu em 1937, no bairro judaico do Bom Fim, em Porto Alegre, filho de José e Sara Scliar – a mãe, professora primária, seria a grande responsável pela paixão do escritor pelas letras: foi ela quem o alfabetizou. Formado médico sanitarista pela UFRGS, ingressou na profissão em 1962. Casado com Judith, professora, e pai do fotógrafo Roberto, Scliar havia também passado pela experiência de professor visitante em universidades estrangeiras e tinha obras traduzidas em uma dezena de idiomas, entre elas o russo e o hebraico. O trabalho como médico de saúde pública seria crucial na vida e na obra de Scliar – seu primeiro livro, publicado em 1962, foi uma coletânea de contos inspirados pela prática médica, Histórias de Médico em Formação, volume que mais tarde Scliar excluiria de sua bibliografia oficial por considerá-lo a obra prematura de um autor que ainda não estava pronto.
Nos seus livros seguintes, Scliar jamais se permitiria outra publicação prematura. Do mesmo modo como escrevia com velocidade e prazer, Scliar também revisava obsessivamente o próprio texto, a ponto de às vezes reescrever uma obra do zero por ter encontrado um ponto de vista narrativo mais adequado.
— Se o escritor não tiver prazer escrevendo, o leitor também não terá — comentou em uma entrevista concedida quando completou 70 anos, em 2007.


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Leitura

  Proposta por Carlos Rangel:

O Sermão da montanha (versão para educadores)  Da webInternet
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens. Tomando a palavra, disse-lhes:

- "Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles..."

Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?

André perguntou:
- É pra copiar no caderno?

Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!

Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?

João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?

Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?

Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!

Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?

Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?

Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.

Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?

Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!

Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?

Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?

Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da Provinha Brasil, da Prova Brasil e demais testes e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto. E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor efetivo...

Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator previdenciário e a regra dos 95, desistiu. Pensou em pegar um empréstimo consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria... Mas olhou de novo a multidão. Eram como ovelhas sem pastor... Seu coração de educador se enterneceu e Ele continuou.

Como nós, professores, sempre continuamos...
 

REFLITA E REAJA SOBRE AS BARBARIDADES QUE OS GOVERNOS FAZEM COM OS EDUCADORES!!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Divulgação XXIII

Dica de Francisco Saldanha:


A pedra reiterada

“No Meio do Caminho”, de Carlos Drummond de Andrade, permanece como símbolo de provocação

Wilker Sousa
Poucos poemas causaram tanta celeuma na literatura brasileira quanto “No Meio do Caminho”. Publicado originalmente nas páginas da Revista da Antropofagia, em 1928, e dois anos mais tarde em Alguma Poesia – livro de estreia de Drummond –, “o poeminha da pedra” incitou reações extremadas, tanto de enaltecimento quanto do mais ferino repúdio. A concisão, a coloquialidade e a repetição daqueles versos brancos eram a mais bem acabada realização dos ideais modernistas até então, o que despertou a admiração imediata dos expoentes do movimento: “Não pode haver dúvida: Carlos Drummond de Andrade é um dos grandes poetas do Brasil” (Manuel Bandeira); “O ‘No Meio do Caminho’ é formidável” (Mário de Andrade).
Por outro lado, essas mesmas características incitaram a ira dos herdeiros do “lirismo comedido” de Bilac, entre eles o jornalista Godin da Fonseca: “O sr. Carlos Drummond é difícil. Por mais que esprema o cérebro, não sai nada. Vê uma pedra no meio do caminho (…) e fica repetindo a coisa feito papagaio”.
Às críticas e aos comentários jocosos, Drummond mostrou-se primeiramente “seco e encalistrado”, depois simplesmente se acostumou. Com o passar dos anos, em vez de ostentar as glórias literárias recebidas como forma de resposta, optou por um caminho mais criativo e irônico. Após quatro décadas da publicação do poema na Revista da Antropofagia, em 1968 o poeta trouxe à luz o livroUma Pedra no Meio do Caminho – Biografia de um Poema, reunião de centenas de comentários acerca daqueles versos: “colecionei e publiquei tudo o que se escreveu sobre a pedra no caminho, pró e contra, (…) pois a essa altura a pedra havia assumido aspectos existenciais e filosóficos que nunca me passaram pela cabeça”, explicou em entrevista. Sob a organização de Eucanaã Ferraz, o livro acaba de ganhar uma reedição, acrescida das seções inéditas “Ainda a Pedra” – ampliação do material recolhido por Drummond – e “Biografia da Biografia” – composta de resenhas e comentários sobre o livro desde sua publicação. Na esteira do lançamento, CULT entrevistou premiados poetas brasileiros que falam sobre a relação que mantêm com o célebre poema.
Ao topar com a pedra
Com base no ensino tradicional de literatura brasileira, as aulas sobre modernismo habitualmente sucedem aquelas sobre parnasianismo. Familiarizados com o beletrismo e com o rigor dos poemas de Bilac e Alberto de Oliveira (ícones da escola parnasiana), os alunos costumam reagir com estranhamento ao tomarem contato com aquela “poesia antipoética” dos modernistas. Afinal, à primeira vista, qual parece mais poética: a pedra de Bilac: “E, pois, nem de Carrara / A pedra firo: / O alvo cristal, a pedra rara, / O ônix prefiro” ou a de Drummond: “No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho”?
“Li Drummond pela primeira vez aos 15 anos. A palavra que melhor define minha impressão não foi ‘gostei’. Foram: impacto e atropelo. O que era aquilo?”, revela Armando Freitas Filho. Reação semelhante teve Fernando Paixão, àquela altura fascinado por um soneto de Jorge de Lima: “Se bem me lembro, [o primeiro contato com “No Meio do Caminho”] foi por meio de um livro escolar e a primeira reação foi de estranhamento. Eu já andava às voltas com a poesia nessa época, mas havia me fascinado pelo ritmo de “O Acendedor de Lampiões”, de Jorge de Lima. Um soneto primoroso. (…) Como se trata de um continente muito diverso do fazer poético, confesso, a pedra passou despercebida nesse momento.”
Houve, porém, quem reagisse com admiração: “Eu estava lendo a obra completa do Drummond aos 16 anos, por sugestão da minha professora de redação e gramática. Aí topei com o poema naturalmente. Gostei das repetições. Elas criavam, e ainda criam, um ritmo hipnótico, encantatório”, relata Fabrício Corsaletti. Quanto a Marcos Siscar, o que mais lhe chamou a atenção foi o caráter iconoclasta e, portanto, provocador do poema: “Como muitos poetas iniciantes, certamente devo ter escrito alguns ‘No Meio do Caminho’ nessa época, incorporando o procedimento reiterativo que, a propósito da provocação, não deixa de transformar em monumento poético a experiência do obstáculo ou do bloqueio.”
“Nunca me esquecerei desse acontecimento”
Por ocasião do lançamento de Alguma Poesia, em 1930, Murilo Mendes enviou uma carta a Drummond, na qual explicitava sua reação à leitura do “poeminha”: “É o tipo de poema no meio da cabeça da gente. Nunca me esquecerei. Não sai”. De fato. Lá se vão mais de 80 anos e a poesia brasileira permanece sob o impacto provocador da pedra, conforme explica Armando Freitas Filho: “Mesmo inconscientemente pagamos pedágio ao nosso poeta maior. Essa pedra, para sempre, é a minha Esfinge antes da Esfinge: não pergunta nada, mas me encara. Ou, então, é como a de Sísifo: missão e sina, acompanha minha vida, e minha poética”.
A exemplo de Armando, na medida em que passou a conviver com a poesia de Drummond, Fernando Paixão fez o percurso do estranhamento à influência: “Sem querer, a pedra também se tornou um elemento recorrente em meus versos – gosto, sim, de interrogar a sua forma e (falta de) sentido. E também admiro a sua lição de concisão e minimalismo. Prova que é possível fazer boa poesia com poucas palavras”. E, ao que parece, a lição drummondiana continuará a se impor como contraponto a toda poesia comedida, cuja perenidade se limita à data de publicação. “Ao tornar-se parte das coisas supostamente superadas, [‘No Meio do Caminho’] poderia ter passado a soar ingênuo, não fosse a dobra inquietante que a memória e o cansaço existencial continuam imprimindo ao poema iconoclasta”, analisa Marcos Siscar.
Uma Pedra no Meio do CaminhoBiografia de um Poema
Carlos Drummond de Andrade
Org.: Eucanaã Ferraz
IMS
344 págs. – R$ 50


Divulgação XXII

Dica de Wadlia Araújo:

É com grande satisfação que nós, do Grupo de Estudos da Cultura Clássica (GRECC), convidamos para o início de nossas atividades. Também, por meio desta, convocamos a inscrição de palestrantes interessados em participar da primeira edição dos Colóquios de Cultura Clássica, que terão, neste semestre, o tema "A Religiosidade na Cidade Antiga".

Aos interessados, favor enviar e-mail para o endereço: grecc_ufc@yahoo.com.br
As inscrições se iniciam já nesta semana. Para mais informações contatar a monitora do projeto pelos telefones: 8862-8536 e 9660-3906

Cordialmente,
GRECC

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Literatura e Música

Por Carlos Carvalho:


Meus caros,


Em comum acordo com a turma, fechamos o seguinte calendário:

1. Próximo encontro 19/02 à tarde
2. Reposição da aula do dia 05/02 será feita no dia 26/02 pela manhã (das 8h às 11h30m)
3. Entregar uma análise comparativa do cordel "O romance do pavão Misterioso" com "O pavão misteriozo", do Edinardo e com "Nas asas de um passarinho", do   Alceu Valença ( Apostila pp. 90 até 106). Não se preocupem com o número de páginas. Escrevam à vontade. 
4. Entrega do trabalho final da disciplina dia 12/03/11. Lembrem-se: O trabalho consite numa análise comparativa de uma obra literária com um estilo musical ou uma letra de música. Trata-se de um ARTIGO  de 05 à 10 páginas com todas as partes que compõem um artigo.


p.s. Cada aluno tem direito a faltar a APENAS UM dos esncontros. Caso tenha faltado mais que isso, vc já está automaticamente REPROVADO. Se você, meu amigo, minha amiga, está nesta "egípcia situação"; munido de um documento que justifique suas faltas, fale comigo no próximo encontro.


Abraço

Divulgação XXI

Dica de Carlos Carvalho:


"Mídia: Regulação e Democracia" é o tema da palestra que o jornalista Paulo Henrique Amorim fará no próximo dia 18, às 19h, na Faculdade de Direito da UFC, numa parceria com o Instituto Nordeste Vinte e Um.
A palestra faz parte do XXI Ciclo de Debates Nordeste Vinte Um. A entrada é grátis e não é preciso fazer inscrição prévia. Na ocasião, o jornalista Altamiro Borges (responsável pela recente entrevista do então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a blogueiros de todo o País) fará apresentação sobre o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Paulo Henrique Amorim nasceu no Rio de Janeiro em 1942. É formado em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Tem atuação destacada na imprensa brasileira, tendo participado também de grandes cober-turas internacionais como o escândalo de Watergate, a queda do Muro de Berlim e os conflitos de Kosovo e Sarajevo.

Foi repórter e apresentador da Rede Globo e também colaborador da revista Veja. Entre os anos de 1997 e 1999, esteve na TV Bandeirantes, apresentando o "Jornal da Band" e o programa "Fogo Cruzado". Entre 2001 e 2003, esteve na TV Cultura, onde apresentou o "Conversa Afiada". Em 2003 mudou-se para a TV Record, onde apresentou "Edição de Notícias" e "Tudo a Ver". Desde fevereiro de 2006, apresenta na mesma emissora "Domingo Espetacular". É autor do livro “Plim Plim - A Peleja de Brizola Contra a Fraude Eleitoral” e co-autor de “A Mídia nas Eleições de 2006”.

Mais informações: Faculdade de Direito da UFC - (fone: 85 3366 7843 e Lucílio Lessa, editor da revista "Nordeste Vinte e Um" - (fone: 85 8601 2944 / 9928 3029)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Disciplina Cinema e Literatura - 1ª Atividade Avaliativa - Por Carlos Rangel Sousa Ferreira

Plano 1
Plano Geral. Visão geral de uma rua com calçamento envelhecido e casarões altos e antigos com pinturas desgastadas, na rua  identifica-se um letreiro [Café Pequeno].
Ruídos: sons de ruas pouco movimentadas.
Música: Vivaldi – As quatro Estações – Primavera – II Largo. Aumenta a medida que se aproxima do café.
Figurino: Roupas de época (1910) escuras e esgarças.

Plano 2
Plano de conjunto. A fundo da rua se aproxima uma procissão com um caixão negro e todos cabisbaixos. Câmera e Plongée se aproximando. A procissão atravessa toda a rua e a câmera para em frente ao Café Pequeno, onde estão todos de Pé e com chapéu  ao peito.
Ruídos: sons de ruas pouco movimentadas.
Música: Vivaldi – As quatro Estações – Primavera – II Largo. Aumenta a medida que se aproxima do café.
Figurino Procissão: Roupas de época (1910) escuras e esgarças.
Figurino Procissão Roupas do cinza ao preto (1910), Ternos variados.

Plano 3
Plano de Conjunto. O enterro continua pela rua. No Café todos sentam exceto um de terno branco. Câmera em altura normal e travelling em direção ao homem.
Música: Vivaldi – As quatro Estações – Primavera – II Largo.

Plano 4
Plano Médio. Com a cabeça o homem segue  o enterro, com olhos atentos e em silencio. Câmera em Altura normal e travelling se aproximando
Música: Vivaldi – As quatro Estações – Primavera – II Largo

Plano 5
Primeiro Plano. Câmera em Altura normal e travelling se aproximando do homem de terno branco.
Música: Vivaldi – As quatro Estações – Primavera – II Largo

Plano 6
Plano Geral. Salão pequeno e aconchegante do café, 5 mesas ocupadas, não se ouve as risadas somente a música tema.Câmera em panorâmica mostra o solitário cercado de pessoas.
Música: Vivaldi – As quatro Estações – Primavera – II Largo

Plano 7
Primeiríssimo Plano. O homem segue o enterro com os olhos.
Música: Vivaldi – As quatro Estações – Primavera – II Largo

Plano 8
Plano de detalhe. Superfície do olho reflete o caixão negro que se distancia e se perde no horizonte  da rua. Imagem desaparece lentamente.
Música: Vivaldi – As quatro Estações – Primavera – II Largo

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Divulgação XX

Dica de Ana Germana Pontes:







Durante o mês de fevereiro, o Teatro Sesc Emiliano Queiroz recebe o espetáculo VOCÊ NÃO CONSEGUE PARAR!, dramaturgia adaptada do musical “Hairspray”, com direção de Glauver Souza e realização do grupo Ás de Teatro. A peça já foi vista por mais de duas mil pessoas.



A trama passeia pela vida de Tracy Turnblad, moradora de Baltimore, que sonha em participar da Galera Mais Legal de um programa de TV para jovens. A protagonista enfrenta problemas por ser “diferente”: é gordinha.

Com influência da dança dos negros, também desprezados, Tracy entra no programa e se torna um ídolo adolescente. “Você não consegue parar!” é um musical que abusa da alegria. As situações cômicas vão guiando o espectador na luta a favor da igualdade entre gordos e magros, negros e brancos. As canções animadas vão envolver a plateia, que vai sentir vontade de dançar junto com os atores.





Serviço
Espetáculo: Você não consegue parar!
Dias
: Sábados (5, 12, 19 e 26), às 20h.
          Domingos (6, 13, 20 e 27), às 20h30min
Local: Teatro Sesc Emiliano Queiroz (Av. Duque de Caxias, 1701, Centro)
Ingressos: R$ 10,00 (inteira); R$ 5,00 (meia)
Classificação: Livre
Contatos: Glauver Souza (8826.1418) e Pedro Guimarães (8817.9966)

Divulgação XIX

Dica de Anderson Pio:


Olá jovens,


Para quem ainda não assistiu, segue abaixo o link da peça "Simplismente eu, Clarice Lispector". O monólogo tem direção, adaptação e interpretação da atriz Beth Goulart. A peça mostra a trajetória da escritora em direção ao entendimento do amor, de seu universo, suas dúvidas e contradições.  Gostei muito do resultado, embora confesse que eu gosto de tudo que possa dizer respeito à Clarice.
http://www.univesp.tv.br/site/programas/257?content_id=74&media_id=303

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Divulgação XVIII

Dica de Annalies Borges:


4 de Cada e estréia das temporadas de “S/A” do Grupo 3 X 4 de Teatro, “à2” da Cia Xuxu Crocante e do infantil “Uma Rapadura, 3 Atores e uma História” no SESC SENAC Iracema

Quinta-feira (dia 03/02)
Estréia da curta temporada de S/A do Grupo 3 X 4 de Teatro no projeto Quinta Encena

A aventura de dois seres em estado embrionário de aspectos humanos envoltos por suas placentas. Estes seres estão predestinados a nascerem num planeta onde a exuberância da natureza contrasta com as ações destrutivas de seus habitantes.
Esses seres de poderes sobrenaturais, antes de consumarem seus partos, resolvem trafegar anonimamente pelo planeta mãe transgredindo a ordem do tempo, das geografias, das culturas, encarnando personagens e vivenciando situações humanas para tomarem ciência do que os espera.

FICHA TÉCNICA:
Produção: Grupo 3X4 de Teatro
Direção: João Andrade Joca
Elenco: Mikaelly Damasceno e Silvero Pereira
Roteiro: Mikaelly Damasceno, Silvero Pereira e João Andrade Joca
Preparação Corporal: Paulo José
Cenário: João Andrade Joca
Figurino: Gil
Maquiagem: Silvero Pereira
Trilha Sonora: Gabriel Yang
Vídeos: Andrei Bessa
Iluminação: Walter Façanha
Designer Gráfico: Andrei Bessa e Walmick Campos
Técnicos: Luis Albuquerque, Wladimir Cavalcante e Robson Levy

Conheça mais sobre o grupo e o espetáculo acessando:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vida-e-arte/2010/10/29/noticiavidaeartejornal,2057641/admiravel-mundo-novo.shtml

SERVIÇO
Estréia da curta temporada de S/A do Grupo 3 X 4 de Teatro no projeto Quinta Encena
Dias: 03, 10 e 17/02 (quintas-feiras)
Horário: 20h
Local: Teatro SESC SENAC Iracema
Endereço: Rua Boris, 90, Praia de Iracema (ao lado do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura)
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Informações: 3252-2215 / 3452-1242



Sexta-feira (dia 04/02)
4 DE CADA com o show E O TEMPO DIRÁ no projeto Armazém do Som

O grupo que nasceu em 2009 do sonho de três compositores cearenses, Carlos Hardy, Davi Silvino e Marcos Paulo Leão, traz para o deleite da platéia músicas autorais de qualidade, onde se podem encontrar ritmos influenciados pelo maracatu, baião , rock, bem como as tradicionais canções e baladas. Todas com a voz marcante de Janaína Braga e com arranjos muito bem trabalhados!

Os idealizadores se conheceram no curso superior de música da UECE e buscam colocar em suas composições a experiência adquirida como vencedores de concursos já renomados, como o Prêmio Alberto Nepomuceno de Composição, conquistado por Marcos Paulo Leão em 2007, o Prêmio UECE de Música, conquistado em 2008 por Davi Silvino, e o Festival Cariri da Canção 2009, em que a música Ao tempo de um compositor de Carlos Hardy foi classificada para a grande final.

Os integrantes já são conhecidos de outros projetos como o Encontros Casuais, DizBocados e Syntagma. No 4deCada, Davi Silvino toca guitarra e violão, Carlos Hardy o contrabaixo e violão e Marcos Paulo Leão o piano e sintetizador. Para completar a formação, a cantora Janaína Braga, atual integrante do Coral da UFC, faz a voz, e Celso Batera, ex integrante da banda Renegados, a percussão e bateria.

A música do 4deCada é de um som refinado em que todos os detalhes são pensados previamente em cada arranjo musical. Os sons dos instrumentos fluem naturalmente e com extrema leveza. Cada som tem a sua hora certa de ser! Com nossos sambas, baiões e maracatus, pretendemos marcar de forma positiva a vida daqueles que realmente gostam da verdadeira Música Popular Brasileira!

Atualmente o 4deCada é um dos grupos integrantes do movimento BORA! Ceará Autoral Criativo, movimento que tem como objetivo mostra e fomentar a música autoral do Ceará, participando em duas faixas do primeiro cd do movimento.

Conheça mais sobre o trabalho do grupo e do coletivo Ceará Autoral Criativo acessando:

SERVIÇO
4 DE CADA com o show E O TEMPO DIRÁ no projeto Armazém do Som
Dia: 04/02 (sexta-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro SESC SENAC Iracema
Endereço: Rua Boris, 90, Praia de Iracema (ao lado do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura)
Ingressos: R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 (meia)
Informações: 3252-2215 / 3452-1242

 

Sábado e Domingo (dias 05 e 06/02)
Estréia da curta temporada de “à2” da Cia Xuxu Crocante na Temporada SESC de Artes Cênicas

"à2" discute a instabilidade dos relacionamentos modernos. Com humor e drama, retrata-se as buscas, incertezas, juras e desilusões, elementos que movem os personagens dessa dramaturgia fragmentada. O espetáculo nasceu do esquete A Mesma História.

As cenas que compõe “à2” mostram a saga dos seres humanos em tentar encontrar um complemento: as buscas que fazem nessa caminhada, as incertezas de ter encontrado a pessoa certa, as juras refeitas/desfeitas e as desilusões que provoca novas buscas, novas incertezas e novas juras, numa referência ao eterno retorno de Nietzsche. Criação e destruição, tudo vai e tudo retorna. Em "à2", porém, esses pólos não se opõem. São faces da mesma realidade, completando um ao outro. Alegria e tristeza fazem parte de uma única experiência.

A falta de cronologia entre as histórias reforça o livre arbítrio, evidenciando as conseqüências que se colhe ao não tomar cuidado ao semear os relacionamentos. Não subestimando o espectador, em "à2" nenhuma história tem fim, nenhum personagem tem nome, tudo fica aberto à espera do público para concluir o raciocínio, e com isso ser co-autor dessa história.

A Cia. Xuxu Crocante é composta por atores formados no curso Superior em Artes Cênicas do IFCE (antigo CEFET-CE).

Conheça mais sobre o espetáculo e o grupo acessando:
http://www.wix.com/xuxucrocante/espetaculo_a2

SERVIÇO
Estréia da curta temporada de “à2” da Cia Xuxu Crocante na Temporada SESC de Artes Cênicas
Dias: 05, 06, 12, 13, 19 e 20/02 (sábados e domingos)
Horário: 20h
Local: Teatro SESC SENAC Iracema
Endereço: Rua Boris, 90, Praia de Iracema (ao lado do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura)
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Informações: 3252-2215 / 3452-1242

 


Domingo (dia 06/02)
UMA RAPADURA, 3 ATORES E UMA HITÓRIA no projeto SESC Criança

Três humildes atores de uma trupe de teatro falida fazem contação de histórias para animar e divertir crianças pela cidade. Certo dia, um dos atores não tinha história nenhuma para contar, então, de maneira esfarrapada, ele cria uma história repleta de maluquice, em que diversos personagens da literatura infantil reaparecem em contextos inusitados. Perante o caos, uma figura dramática marcante aparece na história e mostra o porquê de tanta desordem. Mas onde está a rapadura? Diante desse tumulto literário, só mesmo conferindo o espetáculo para entender a importante mensagem por trás de tanta confusão.

Conheça mais sobre o grupo e o espetáculo acessando:
http://companhiasemnome.blogspot.com/

SERVIÇO
UI, O PRÍNCIPE no projeto SESC Criança
Dia: 30/01 (domingo)
Horário: 16h
Local: Teatro SESC SENAC Iracema
Endereço: Rua Boris, 90, Praia de Iracema (ao lado do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura)
Informações: 3252-2215 / 3452-1242
GRATUITO

 


SE AGENDE PARA NÃO PERDER OS NOSSOS PRÓXIMOS ESPETÁCULOS:
11/02 – MARTA AURÉLIA com o show PLUGADA E SOLVENTE no Projeto Armazém do Som;
16/02 – Lançamento do Projeto QUANTO VALE UMA CANÇÃO;
18/02 – ÁGUA DE QUARTINHA E BANDA CÂNTARO com o show CÂNTAROS E QUARTINHAS;
22/02 – Projeto CAMINHOS DE LEITURA;
24, 25 e 26/02 – Projeto PALCO CARIRI DANÇA.

 
...PRÓXIMAS TEMPORADAS...

 
S/A – dias: 10 e 17/02
à2 – dias: 12, 13, 19 e 20/02
UMA RAPADURA, 3 ATORES E UMA HISTÓRIA – dias: 13, 20 e 27/02





VENHA PARA O TEATRO SESC SENAC IRACEMA E TRAGA A FAMÍLIA E AMIGOS

Disciplina Teatro e Literatura (ou Semiótica) - Resumo - A Linguagem da Encenação Teatral - Por Carlos Rangel e Francisco Kennedy


Disciplina: Teatro e Literatura
Prof: Aldo Marcozzi
Aluno: Carlos Rangel Sousa Ferreira e Francisco Kennedy Castro Cunha

Resumo – ROUBINNE, Jean-Jacques. A Linguagem da encenação Teatral. São Paulo: Zahar, 1998. Capitulo II p. 45-80.

Em toda a evolução da arte jamais poderíamos pensar em certas produções sem seu elemento constituinte fundamental, a exemplo da pintura que tem essencialmente a cor como elemento de constituição ou mesmo a literatura que só se realiza pela e na palavra.
Dessa forma, o que muito se afirmou como essencial para a o teatro tradicionalmente é que ele tinha com base única o texto em si e mais a cima deste o autor que, como Deus, detinha o poder de criação e em conseqüência definia a atuação. O que em miúdos podemos chamar de poder artístico dado ao teatro, foi por muito tempo exclusividade de seu autor e dessa forma, agentes de montagem deste texto eram apenas marionetes que tentavam conseguir mimetizar o texto que lhes era apresentado. Tornando a obra,  neste aspecto  produto hermético, sem possibilidades a intervenção.
Mas, este pensamento guarda em sua gênese um fator hierárquico e ideológico que justificava sua organização. Em contradição com o gosto popular, a crítica se ocupava de sacramentar as construções textuais em desfavor daquelas que não tinham o texto como elemento principal, como, por exemplo, o balé. Diante de tal organização, profissionais como cenógrafos, figurinistas, técnicos e auxiliares exprimiam bem a organização social do século XVII, em que as castas altas eram donatários de grande poder, mas em contingente populacional bem reduzido o que ilustrativamente poderíamos mostrar com uma pirâmide com o autor soberano em sua ponta superior e todos os outros gradativamente em situação inferior. É dessa mesma organização que podemos falar da especialização de cada função em que o prestigio e reconhecimento viria da posição ocupada na constituição da encenação teatral – o lugar na pirâmide.
Na contra via desta organização a Comédia Dell’arte, motivava as platéias por sua capacidade de, mesmo sem a presença parcial ou total do texto e do autor,  manter com o público grande vínculo de significação da dramaturgia, no entanto este tipo de representação sofre intensa oposição, principalmente a francesa que tinha como tradição a valorização do texto em detrimento do espetáculo. É também relegada a marginalidade a mímica que, assim como seu predecessor também enfrentou oposição no século XIX.
A arte ,no entanto, é constituída de constante renovação, o que lhe imprime poder de renovação constante, que por muitas vezes, é muito radical ou que necessita de certo tempo e reconstruções para poder se firmar com um novo conceito. E diante disso, o século XX se converte em potente período de questionamentos quanto ao fazer teatral até aquele momento vigente nas escolas francesas.
Testemunhas dessas mudanças, os primeiros 30 anos do século, se tornam especiais nesta busca diante de, ora a negação completa e, ora renovação e obediência ao texto até se configurar em novas abordagens.
Importante frisarmos que até este momento o teatro estava encenado como uma tela pictórica monocromática, onde se via apenas o que os palcos gregos já mostravam, e que justificamos não era pouca coisa, mas dada a quantidade tempo decorrida até então era muito pouco de evolução.  A polissemia não existia em decorrência de haver forte entendimento de que o sentido era de posse única de seu criador (o autor) e para o publico e o encenador repassar o texto. Instituições como Comédie-Francçaise e o Conservatório Nacional de Arte Dramática, eram modelos do que poderíamos chamar de linha de produção de atores e atrizes para execução de espetáculos “verdadeiramente originais”
As primeiras tentativas de renovação teatral surgem com Craig, Meyerhold, Artaud e Baty, que mesmo não se insurgindo ao textocentrismo, se distanciam um pouco desta ótica. É efetivamente com Stanislavski que o ego do encenador é posto em contato com o do personagem, enfatizando algo que sempre fez parte da encenação, mas nunca trabalhado, a experiências intimas do ator/atriz. Revelando uma contradição, pois Stanislasviski se firmou na presença do texto como elemento essencial da ação dramática o que não o impediu de insistir na realização das emoções da ficção a partir daquelas vividas pelo encenador.
Jacques Copeau na mesma linha de Satnislaviski se destina a libertar o teatro das  velhas convenções,  mas para o autor francês aquilo que se queria era retirar as amarras ilusórias aglutinadas dos séculos anteriores e dá ao teatro o purismo grego da boa dicção, se revelando contra o espetáculo espetacular. Assim, se segue durante os períodos de guerras mundiais, com grande valorização da especialização e a supremacia do texto.
Neste ponto é importante que  paremos e reflitamos o que já foi dito aqui sobre as produções teatrais até o momento. Nos períodos entre guerras a reflexão nas obras teatrais  são muito fortes e isso ocupa grande parte dos trabalhos artísticos moldados a estética da época.  Num contexto geral,  o simbolismo e o naturalismo se intercalavam a medida que evoluía  pensamento , mas sem sair deste círculo, enquanto o primeiro se centrava no texto o segundo, por sua vez, se imprimia da expressão de comportamentos baseados também no texto.
Com a onda de renovação das esperanças na vida após o término da guerra o arte se vê convidada a se reinventar diante de uma sociedade que já não precisava de dógmas para poder se manter viva. Surge então, na dramaturgia o movimento de renovação do trabalho que levava em consideração as possibilidades do palco e do próprio teatro  como arte, pois ate o momento o que se fazia era teatro sem teatralidade. 
Assim, a perspectiva dos limites do teatro estão no tempo e no espaço a serem utilizados, levando às possibilidades de atuação com  apoio de outros elementos aliados ao texto. Força e passa vigorar na prática da encenação, há uma convergência significados.  È o que defende Vilar ao se entender como participante deste processo de mudança.
As heresias, aqui, são encaradas positivamente para que o encenador se converta em criador de teatro, assim como, o autor e que cada um diante de sua função na obra preencha os espaços vazios que são percebidos à medida que esta é interpretada.
Como nos referíamos ao inicio estas são voltas e voltas que os movimentos artísticos se propõem  a fazer,  mostram o caráter renovador do pensamento artístico de um modo geral, já que o teatro se modifica  naturalmente conforme o público para o qual se apresenta.
Como frase célebre do filósofo, assim como o homem a obra de arte em si se mostra de forma diferente para cada olhar que se debruça sobre si, assim como o homem se torna diferente a passo do tempo e jamais consegue se banhar na mesma água que agora se refresca, pois os dois (homem e água) temporalmente não são os mesmos.
O que convém dizer é que o pensamento, pelo qual o encenador se torna peça principal na constituição e declamação do texto, traz para o teatro uma nova perspectiva cênica, pois a subjetividade do texto aliada a do encenador se convertem em objeto de construção do significado a ser apresentado ás platéias.
O que poderemos destacar na atuação Craig, Meyerhold, Artaud e Baty, que já antes dessas mudanças ocorridas e constatadas nos anos 1950, já desenvolviam seus trabalhos em perspectivas bem próximas.
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Resumo - O Papel Criador da Câmera - Por Carlos Rangel Sousa Ferreira


Disciplina: Literatura e Cinema
Prof: Stélio Torquato
Aluno: Carlos Rangel Sousa Ferreira

Resumo – MARTIN, Marcel. A Linguagem cinematográfica. Trad. Flávo Pinto de vieira e Teresinha Alves Pereira. Belo Horizonte, MG: Itatiaia, 1963 p. 30-55

Em toda a evolução da arte jamais poderíamos pensar em certas produções sem seu elemento constituinte fundamental a exemplo da pintura que tem essencialmente a cor como elemento de constituição ou mesmo a literatura que so se realiza pela e na palavra.

Neste sentido impossível pensar o cinema sem a imagem e mais precisamente esta imagem em movimento. O que durante seu nascimento manteve-se como fator de expectação. E pelo fato de que o cinema com arte, assim com as outras, sempre surpreende pela experimentação e descobrimento de novas técnicas. Assim, de uma perspectiva unicamente de expectativa, observação, o observador como, segundo o texto de Marcel Martin, “ o regente de orquestra” que assiste a execução das peças musicais a frente do grupo numa postura onisciente. A câmera  nas mãos de Smith, inglês de origem, no entanto, em 1900 modifica o ponto  de vista de uma mesma cena de um plano a outro(Martin, 31).

Deste momento em diante a câmera toma ainda mais importância na composição do sentido e percepção da obra cinematográfica já que ela se constitui como janela para compor o sentido impresso pelo criador da obra e ao mesmo tempo elo entre espectador e o exibido. Aos poucos, a técnica se desenvolve e deixa de ser apenas objetiva mostrando e descrevendo personagens e cenários para ser subjetiva captando nuanças de sentimentos e significados de espaços e objetos chegando a se definida como atriz.

Na dialética fílmica percebemos a câmera como o olhar do eu que se traduz com se fosse o outro que observa e se integra com a nossa interpretação e dessa forma alguns elementos são imprescindíveis para entender esta concepção a partir da câmera.

Os enquadramentos

Parte primeira a qual a câmera se ocupará de mostrar se refere ao conteúdo da  imagem a ser  mostrada, dessa forma o processo de decupação, ou seja montagem de uma imagem ou cena. Dessa forma o cenário ou parte deste a ser mostrado contribui para realização do significado que se imprime na narrativa como um todo. Dentre deste aspecto o enquadramento pode; deixar certos elementos fora da ação; mostrar apenas um detalhe significativo; compor arbitrariamente, pouco natural; modificar o ponto de vista normal; jogar com a terceira dimensão do espaço  (Martin, 35 e 36)

Os diversos tipos de Planos

Aqui está a relação entre câmera e objeto filmado e sua relação é definida segundo a distancia que separa os dois. Assim, quando maior ou menor a distancia o plano de conteúdo a ser mostrado irá variar. No mesmo sentido, o conteúdo dramático pode ser definido. O importante é entender que esta técnica não surgiu com o cinema, mas com as artes descritivas em geral especialmente a pintura que se utiliza desse saber para mostrar as percepções sobre determinados objetos o que influencia diretamente no sentido narrativo de cada obra, o que para o cinema não é diferente.

Assim podemos enumerar as divisões mais usuais para esta categoria; plano geral, plano de conjunto, primeiro plano, plano de detalhe, primeiríssimo plano e plano de detalhe.

Os ângulos de filmagem

Este ponto se relaciona a ação em si. Sua movimentação incute significado psicológico a narrativa captada dessa forma a imagem é vista sob perspectivas diferentes segundo a descrição; contra-plongée imagem feita de baixo para cima (normalmente dimensiona o objeto como superior, titânico); Plongée o contrário de seu antecessor normalmente esta ponto de vista está ligada inferioridade subjetiva de objetos e personagens; Ponto de vista objetivo/subjetivo - que passa ao espectador a sensação do que está acontecendo com o objeto/sujeito.

Os movimentos da Câmera

Efetivamente o movimento realizado pela câmera ao longo de um espaço ou durante observação do cenário. Assim, o que basicamente o movimento parte de três técnicas básica: travelling, panorâmica e trajetória.

Travelling; movimento simples de acompanhamento, obtido com a câmera posta sobre trilho durante o caminhar, avançar, recuar, para frente ou pra trás de um objeto ou de personagem.

Panorâmica: a câmera gira em torno de seu próprio eixo para mostrar a totalidade do cenário ou personagem descrito pela imagem.

Trajetória: mais sofisticada é realizada com auxilio de equipamento de elevação com  haste e chamada de grua. Possibilita o acompanhamento do personagem do alto para o baixo ou vice-versa. Dando uma perspectiva de maiores possibilidades para filmagem.

Aqui estão descritas a linhas gerais sobre o papel que a câmera desempenha durante o processo de significação na construção do filme. O  importante é salientar que estas técnicas resumidas se aprimoram a medida que evoluem as formas de pensar o cinema segundo a criação e execução de produção.