Pensei escrever de diversas maneiras esta memória. Tal exercício de escrita nunca me foi proposto, mas confesso que me sinto instigada a ter sucesso nesta empreitada. Seguirei minhas anotações de aula para relatar o andamento desta aula.
O primeiro contato foi de reconhecimento. A professora tentava conhecer seus alunos através da interessante introdução acerca do que seria crítica literária. Partindo deste ponto, a aula tomou proporções não previsíveis em um plano de aula, por exemplo: mencionaram as posturas de professores em sala de aula relativas ao tratamento do texto literário, falou-se em como evoluir na didática do magistério literário, expuseram a dificuldade de ingresso em cursos de pós-graduação como mestrado e doutorado etc.
Tais discussões entrelaçavam-se a explicações tão simples e, ao mesmo, tão ricas, para mim pelo menos, tais como o movimento necessário para criação de um leitor especializado partindo de um leitor comum, e que pode ser vista neste pequeno gráfico abaixo:
Crítica
Literária
Leitor Comum Leitor especializado
Foi extremamente interessante adquirir formalmente a informação de que textos da Antiguidade Clássica como Ilíada, Odisséia, Teogonia, As rãs, Íon, A República, Fedro, Poética, Política e Retórica problematizaram questões literárias que no futuro tornar-se-iam essenciais para a teoria e crítica literária.
Um destes textos merece maior atenção, Poética de Aristóteles, por trazer conceitos-chaves como mímese, verossimilhança, catarse e gêneros literários. Saber que a Escola Francesa de Semiótica não aceita as propostas de Poética foi uma surpresa e que até agora confesso não ter entendido plenamente.
Atribui-se aos gregos quase a totalidade da base de conhecimentos hoje veiculados pelo Ocidente. Dedicaram-se a dois problemas: a) distinção da literatura da não-literatura e b) formulação de um conjunto de preceitos que deveriam ser seguidos pelos escritores, a fim de que suas obras resultassem perfeitas.
Porém foi interessante observar a menção de nomes como Horácio. Este, em seus escritos, tentava trazer bons exemplos com sua postura mais moralista que a de Aristóteles. Os latinos, de forma geral, tentavam estabelecer a relação entre poesia e educação direcionando a uma formação do caráter e da moral.
Contudo há um ponto de contato entre gregos e latinos: ambos são preceituais ao estabelecerem as regras de escrita.
Saltando um pouco na linha do texto explicitada em aula, chegamos ao século XX no qual se observa que o que se pretende é o próprio texto segundo sua coerência interna.
E por fim foi apresentado um gráfico no qual foi sugerido a evolução temporal da Crítica e seus focos: I) No século XIX, o foco era o autor, tinha-se a crítica biográfica com SaintBeuve e a crítica impressionista com Anatole France; II) Na primeira metade do século XX, a obra está em evidência, firma-se então o New Criticism, o Formalismo Russo (no qual desenvolve-se a narratologia), a Estilística, o Estruturalismo e a Semiótica; III) Na segunda metade do século XX em diante, o leitor é o destaque, sustenta-se agora a Estética da Recepção e os Estudos Culturalistas (focalizados nos diversos contextos apontados pela e relevantes na Literatura).
Espero ter obtido êxito no relato desta memória de quatro horas de aula. Muito não foi mencionado até porque a memória não retém todas as informações que lhe chegam, porém o desafio inspirado foi consumado nestas poucas linhas.
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