Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Resumo - O Papel Criador da Câmera - Por Carlos Rangel Sousa Ferreira


Disciplina: Literatura e Cinema
Prof: Stélio Torquato
Aluno: Carlos Rangel Sousa Ferreira

Resumo – MARTIN, Marcel. A Linguagem cinematográfica. Trad. Flávo Pinto de vieira e Teresinha Alves Pereira. Belo Horizonte, MG: Itatiaia, 1963 p. 30-55

Em toda a evolução da arte jamais poderíamos pensar em certas produções sem seu elemento constituinte fundamental a exemplo da pintura que tem essencialmente a cor como elemento de constituição ou mesmo a literatura que so se realiza pela e na palavra.

Neste sentido impossível pensar o cinema sem a imagem e mais precisamente esta imagem em movimento. O que durante seu nascimento manteve-se como fator de expectação. E pelo fato de que o cinema com arte, assim com as outras, sempre surpreende pela experimentação e descobrimento de novas técnicas. Assim, de uma perspectiva unicamente de expectativa, observação, o observador como, segundo o texto de Marcel Martin, “ o regente de orquestra” que assiste a execução das peças musicais a frente do grupo numa postura onisciente. A câmera  nas mãos de Smith, inglês de origem, no entanto, em 1900 modifica o ponto  de vista de uma mesma cena de um plano a outro(Martin, 31).

Deste momento em diante a câmera toma ainda mais importância na composição do sentido e percepção da obra cinematográfica já que ela se constitui como janela para compor o sentido impresso pelo criador da obra e ao mesmo tempo elo entre espectador e o exibido. Aos poucos, a técnica se desenvolve e deixa de ser apenas objetiva mostrando e descrevendo personagens e cenários para ser subjetiva captando nuanças de sentimentos e significados de espaços e objetos chegando a se definida como atriz.

Na dialética fílmica percebemos a câmera como o olhar do eu que se traduz com se fosse o outro que observa e se integra com a nossa interpretação e dessa forma alguns elementos são imprescindíveis para entender esta concepção a partir da câmera.

Os enquadramentos

Parte primeira a qual a câmera se ocupará de mostrar se refere ao conteúdo da  imagem a ser  mostrada, dessa forma o processo de decupação, ou seja montagem de uma imagem ou cena. Dessa forma o cenário ou parte deste a ser mostrado contribui para realização do significado que se imprime na narrativa como um todo. Dentre deste aspecto o enquadramento pode; deixar certos elementos fora da ação; mostrar apenas um detalhe significativo; compor arbitrariamente, pouco natural; modificar o ponto de vista normal; jogar com a terceira dimensão do espaço  (Martin, 35 e 36)

Os diversos tipos de Planos

Aqui está a relação entre câmera e objeto filmado e sua relação é definida segundo a distancia que separa os dois. Assim, quando maior ou menor a distancia o plano de conteúdo a ser mostrado irá variar. No mesmo sentido, o conteúdo dramático pode ser definido. O importante é entender que esta técnica não surgiu com o cinema, mas com as artes descritivas em geral especialmente a pintura que se utiliza desse saber para mostrar as percepções sobre determinados objetos o que influencia diretamente no sentido narrativo de cada obra, o que para o cinema não é diferente.

Assim podemos enumerar as divisões mais usuais para esta categoria; plano geral, plano de conjunto, primeiro plano, plano de detalhe, primeiríssimo plano e plano de detalhe.

Os ângulos de filmagem

Este ponto se relaciona a ação em si. Sua movimentação incute significado psicológico a narrativa captada dessa forma a imagem é vista sob perspectivas diferentes segundo a descrição; contra-plongée imagem feita de baixo para cima (normalmente dimensiona o objeto como superior, titânico); Plongée o contrário de seu antecessor normalmente esta ponto de vista está ligada inferioridade subjetiva de objetos e personagens; Ponto de vista objetivo/subjetivo - que passa ao espectador a sensação do que está acontecendo com o objeto/sujeito.

Os movimentos da Câmera

Efetivamente o movimento realizado pela câmera ao longo de um espaço ou durante observação do cenário. Assim, o que basicamente o movimento parte de três técnicas básica: travelling, panorâmica e trajetória.

Travelling; movimento simples de acompanhamento, obtido com a câmera posta sobre trilho durante o caminhar, avançar, recuar, para frente ou pra trás de um objeto ou de personagem.

Panorâmica: a câmera gira em torno de seu próprio eixo para mostrar a totalidade do cenário ou personagem descrito pela imagem.

Trajetória: mais sofisticada é realizada com auxilio de equipamento de elevação com  haste e chamada de grua. Possibilita o acompanhamento do personagem do alto para o baixo ou vice-versa. Dando uma perspectiva de maiores possibilidades para filmagem.

Aqui estão descritas a linhas gerais sobre o papel que a câmera desempenha durante o processo de significação na construção do filme. O  importante é salientar que estas técnicas resumidas se aprimoram a medida que evoluem as formas de pensar o cinema segundo a criação e execução de produção.

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