Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Memória de Aula 08 por Thalyta Nascimento Nunes


DISCIPLINA: Teoria Literária
PROFª Ms Socorro Acioli Martins
Aluna: Thalyta Nascimento Nunes

Memória de aula nº 8

A literatura e a psicanálise possuem uma relação de atração uma sobre a outra. Tanto a literatura se utiliza da narração dos dramas da psique humana quanto a psicologia pode buscar inspiração na tragédia, por exemplo, ao tratar das tensões presentes no indivíduo.

A psicanálise é um ramo da psicologia idealizado por Freud a partir de seus estudos de caso. Freud criou uma série de conceitos, entre eles o de inconsciente, formulando maneiras de se ter acesso e estudar essa estrutura misteriosa e outras presentes na mente humana e que influem no seu comportamento. A partir desse momento o novo método de análise foi desenvolvido por outros estudiosos como Lacan e Jung, apresentando, porém algumas disparidades e acréscimos.

Para o pioneiro nessa área da psicologia, as explicações para o comportamento e desenvolvimento humano estavam centradas na sua sexualidade. Já Lacan possuía uma base estruturalista, abordando o inconsciente humano e sua organização como uma forma de linguagem.

Jung coloca em evidência o processo de individuação e o conceito de inconsciente coletivo, o qual está relacionado aos arquétipos, pois ambos se referem a estruturas presentes na mente humana e que seriam comuns a todos os indivíduos. Os arquétipos são como uma herança transmitida universalmente. 

Vale ressaltar que esse conceito pode ser útil quando queremos entender porque uma obra literária provoca identificação no leitor, tendo em vista que os bons escritores são capazes de criar personagens arquetípicas, provocando no leitor uma sensação de pertencimento que independe de sua cultura, um reconhecimento inconsciente do arquétipo. 

            Entre os arquétipos analisados por Jung estão o Herói, o mentor, o guardião, a sombra, o Pícaro, a grande-mãe, a criança. Este último, por exemplo, é muito explorado na literatura, sob diversas variações, aparecendo como divindade, herói, órfã, sendo que todos superam os obstáculos em busca da individuação.Exemplo disso ocorre em muitos contos de fadas. Em João e o pé de feijão observamos um menino que se torna uma espécie de herói ao derrotar um gigante através de sua astúcia.

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