Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Memória de Aula 06 por Carlos Rangel Sousa Ferreira


Disciplina: Teorias Literárias
Prof: Socorro Acioli
Aluno: Carlos Rangel Sousa Ferreira

Memória de Aula 6 – 23/10/2010

Literatura comparada

Não se enganar como o titulo desta memória é crucial para compreender o que, de fato, é a literatura comparada. Nas palavras de Tania Carvalhal (1986), o termo se aplica não ao fim único, mas ao meio pelo qual, teóricos se implicam para entender a análise de obras e chegar as suas estruturas fundantes ou que se revestem de semelhanças.
Ao “comparar” produções de diferentes sistemas e contextos ou mesmo de ambientes semelhantes, o teórico não busca apenas o emaranhado de diferenças ou semelhanças entre as obras eleitas e sim a correlação que, estando “isoladas” temporal ou geograficamente, em suas composições estas obras podem mostrar uma intertextualidade.
Seguindo o pensamento, segundo o que diz T. S. Eliot, o que não há é uma tradição herdada, ou seja, algo que simplesmente se repete. Na verdade para o autor esta noção é vista sob outra ótica, a que vê na tradição a revitalização do passado a partir do que é feito no presente. Assim, a obra que consegue “romper” com a tradição, na verdade, nos faz ver sob outro ponto o passado. O que enfatiza a idéia de influencia na obra literária, pois esta é resultado do dito, assim como as outras artes, que vivem em constante processo de “renovação”. O que leva a desligar a criação dos processos espontâneos.
Como muito bem descreve J.L. Borges, em seu ensaio sobre os textos de Kafka, ao conceituar as influencias dos textos do autor em obras anteriormente escritas, Borges, demonstra claramente como obras do “presente” podem recolocar textos anteriores e lhes dar um ponto de vista diferenciado daquele até então discutido.
O que buscamos, na literatura comparada, sempre foi entender como estão inscritas na criação literária a noção de originalidade x autoria. E com clareza podemos entender que estes conceitos não se criam a cada obra finalizada, mas se recriam, lembrando o pensamento de Descartes.

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