Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Memória de Aula 06 por Ulisses Holanda de Oliveira

O termo Literatura Comparada, a princípio, designou uma forma de investigação literária que confrontava duas ou mais literaturas. É uma definição mesmo ao pé da letra, entretanto fazer isso é limitar muito, uma espécie de rótulo fabricado; haja vista os estudos literários comparados ter um campo vasto de investigações, com diferentes metodologias e vários objetos a serem analisados, ampliando assim seu campo. São trabalhos que buscam as influências de certos autores em outros, de certos “estilos” em outros, comparações entre autores dentro de um mesmo período literário ou até mesmo de autores que escreveram algo que outrora fora escrito ou futuramente foi ( terá sido?) recriado. Ainda mais há muita coisa dita e escrita sobre o assunto ao ponto de trazer problemas de investigação e método. Eis o que há de complexo no assunto. Comparação, no sentido convencional, possibilita a esse tipo de estudo literário uma exploração adequada de seus campos de trabalho e o alcance dos objetivos a que se propõe: comparar uma obra a outras obras. Ao se fazer isso a comparação torna-se método, um fim e não mais um meio ou um percurso. Isso foi o que percebi na última aula, após as observações da professora junto à sala e após a análise do capítulo inicial da obra Literatura Comparada, de Tânia Franco Carvalhal.

Ufa! Vimos o histórico da Literatura Comparada, e como sempre surgiu na França, mesmo já sendo empregado na Idade Média, mas em nenhuma das hipóteses Saussuse estava lá. Milagres acontecem! Mas aí recaímos na noção de Kristeva, que diz que “todo texto é absorção e transformação de outro texto”, instalando-se a noção de intertextualidade. Atenção, eu disse intertextualidade, e não residualidade. Exemplos a partir de Gonçalves Dias e sua famosa “Canção do Exílio”. Plágio, paródia, paráfrase, pastiche, intertextualidade disso e daquilo. É uma estrela pra pouca constelação, diria o velho Raul Seixas. Fagner, nosso colega desconstrutivista de tudo, como diz o termo desconstruiu as noções de autoria e originalidade. É a velha oposição de imitação e invenção. Aí veio a noção de precursores de Borges, a de tradição de Eliot, entre outras. Bom é muita informação para uma tarde de sábado. Paro por aqui minha memória de aula, porém volto depois. Um abraço!

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