Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

sábado, 13 de novembro de 2010

Memória de Aula 07 por Carlos Rangel Sousa Ferreira

Disciplina: Teorias Literárias
Prof: Socorro Acioli
Aluno: Carlos Rangel Sousa Ferreira

Memória de Aula 7 – 30/10/2010

Estudos Culturais

De todos os as teorias e correntes de pensamentos estudadas até hoje, esta sem dúvidas é que mais me chamou atenção e vem ao encontro de minhas pretensões literárias.
Surgida nos meandros da década de 60 nos Estados Unidos, os pensadores do “pós-imanetismo” literário, de fato, chegam ao que jamais se poderia ter deixado de lado, a cultura, como fator de comunicação na literatura e como definidora de padrões sociais.
Sem desvalorizar o que se avançou com os estudos estruturalistas e da nova crítica, o que se propõe agora, é a junção a esses estudos de valores de sujeito como receptor de texto, assim como a implicação dos ambientes onde estão inseridos os sujeitos leitores de determinada obra.
O que significa dizer que áreas do conhecimento como a filosofia, sociologia, psicanálise e psicologia ganham importância na hora de se decifrar um texto como conjunto de significados. Dessa forma, o conceito de multiculturalismo, como meio de entender por quais caminhos passam a compreensão da obra literária, se torna imprescindível para que a análise literária reflita como recortes sociais assimilam a obra, o que também infere a idéia de que essa recepção é diferente para cada recorte feito, pois é feita a partir de seus próprios conceitos do ambiente social.
Segundo a Escola de Birmingham, todos participam da construção da cultura social, desligando assim este campo das minorias intelectuais. E insere o método de análise da obra que parte do próprio texto para sua perspectiva cultural. Em primeiro lugar são analisados os princípios formais, o sujeito receptor e a cultura, e logo após, relacionados ao segundo passo que reflete os valores sociais trabalhados na obra relacionado-os aos valores individuais. Assim, o estudo cultural sempre será algo provisório, retrato de um momento da sociedade em que está inserido (segundo Saussure: Sincrônico).
Seguindo o método estruturalista a escola Francesa, fundada por Jakobson, durante muito tempo manteve profunda relação com a compreensão da estética e uma da suas principais contribuições aos estudos literários foi mostrar como uma obra literária é construída conscientemente. Mostrando através de seus modelos o quanto se repete determinadas formas desde os tempos mais antigos até as narrativas prosaicas ou poéticas mais modernas. Então, o mito da imanência do autor iluminado , de certa forma, é repudiada . Como conta Maria da Gloria Bordini (2006, p.17).
Na prática, percebe-se que, se as narrativas e poemas possuem princípios que os diferenciam, mas que se mantêm iguais dentro do gênero, o jogo entre identidade e diferença torna os dois termos correlativos.

O que corrobora o fato de que assim como na literatura, a cultura é, em principio, um mural de significados.

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