Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

sábado, 2 de outubro de 2010

Memória de Aula 01 por Vânia Tajra

Disciplina: Teoria Literária
Professora: Socorro Acioli
Aluno: Vânia Tajra

AULA 01: CONCEITOS DE LITERATURA


A concepção inicial do capítulo estudado vem buscar conceitos explicativos a cerca dos temas literatura e manifestações literárias, para mais tarde trabalhar a formação da literatura brasileira como síntese de tendências universalistas e particularistas.


Para melhor entendermos o processo, já que não fazemos parte dessa contextualização, fomos buscar o significado da palavra literatura, sua origem, evolução, e assim decodificar as diversas visões interpretativas desse termo.

A palavra literatura vem do latim “litteris” que significa “Letras” e está associada à idéia de estética.

As primeiras obras da História que se tem informação são as dos poemas atribuídas a Homero: Ilíada e Odisséia. Os dois poemas narram as aventuras do herói Ulisses e a Guerra de Tróia. Na Grécia Antiga os principais poetas foram: Píndaro, Safo e Anacreonte. Esopo ficou conhecido por suas crônicas e Heródoto, o primeiro historiador, por ter escrito a história da Grécia em seu tempo.

Ainda na época Antes de Cristo, a literatura se faz presente na Roma Antiga, através do escritores Lucrécio ( A Natureza das Coisas), Catulo e Cícero. Nessa época surgem as poesias líricas, com Horácio e Ovídio e as épicas, com Virgílio, autor de Eneida. Sêneca, Petrônio e Apuleio também são poetas da época.

Nos séculos III a X D.C. com o Feudalismo, a igreja católica se posiciona e passa a controlar a produção cultural e só à partir do século X começam a surgir os primeiros poemas. Grande parte deles narrava
assuntos ligados a guerras e fatos heróicos.

No século XI surgem as Canções de Gesta, que eram narrativas anônimas, de tradição oral e que contavam as aventuras de guerras e as Lendas Arturianas.

Do Século XII ao Século XIV, é a vez do período histórico do Trovadorismo e das poesias líricas palacianas. Nesse contexto, “o amor impossível e platônico transforma o trovador num vassalo da mulher amada, exemplo do amor cortês”.

O período seguinte, que vai do Século XIV ao XVI, fica conhecido como Humanismo Renascentista. Esse período é caracterizado pela literatura religiosa, mesclada por aspectos do Renascimento. Destacam-se Dante Alighiere, autor da Divina Comédia, Giovanni Bocaccio e Francesco Petrarca, na Itália. Em Portugal, temos o poeta Gil Vicente, autor de A Farsa de Inês Pereira.

A partir do Século XVI, começa o período do Classicismo. Essa época tenta resgatar as formas e valores da cultura greco-romana. Aqui surge, Luis de Camões, autor de Os Lusíadas. O livro narra as aventuras marítimas da época dos descobrimentos. Também é desta época William Shakespeare, que se destaca na poesia lírica e no teatro. Miguel de Cervantes, criador do personagem Dom Quixote e seu escudeiro, no livro Dom Quixote de La Mancha, também faz parte dessa época.

No Século XVII destaca-se a oratória clássica que de certa forma fundamenta o Neoclassismo que surge no século seguinte. O Neoclassismo caracteriza-se pela valorização da razão e da ciência. È através dessas linhas de pensamentos que os estudiosos da época procuravam chegar ao conhecimento humano.

O Século XIX traz o Romantismo com a valorização da fantasia e do sentimento. Aqui também já começa a aparecer a liberdade de criação. Como conseqüência, surgem as obras com subjetivismo.

Depois de analisar vários conceitos chegamos à conclusão que a literatura muda o foco do interesse pelas relações entre o homem e o mundo para uma crítica da natureza da própria ficção.

Por literatura entendemos então,  “um sistema de obras ligadas por denominadores comuns, que permitem reconhecer as notas dominantes de uma fase.”

Segundo Candido, no texto Literatura como Sistema, esses pontos comuns reúnem características internas de uma sociedade em uma determinada época e também pontos de suas naturezas social e psíquica.

“Estes denominadores são, além das características internas, (língua, temas, imagens), certos elementos de natureza social e psíquica, embora literalmente organizados, que se manifestam historicamente e fazem da literatura aspecto orgânico da civilização”

Dentro dessa premissa, um texto é considerado literário quando produz um efeito estético e quando provoca catarse, (purificação das emoções), o efeito de definição aristotélica, no receptor.
Faz-se necessário referenciar a obra A Poética, de Aristóteles, escrita entre os 334 a.C. e 330 a. C. A Poética, de Aristóteles, é um conjunto de anotações das aulas de Aristóteles sobre o tema das poesias e da arte em sua época e de onde foram retiradas as concepções básicas de todo o processo literário.

Como disciplina teórica, a poética é o estudo das obras literárias, particularmente as narrativas, que visa esclarecer suas características gerais, a sua literalidade, criando conceitos que possam ser generalizados para o entendimento da construção de outras obras”.

Segundo alguns autores, na obra A Poética, Aristóteles abre espaço para o estudo da tragédia e dela destaca noções fundamentais para considerações teóricas posteriores. É a partir daí que começam a ser feitas considerações à cerca da distinção entre mimesis (imitação), verossimilhança (qualidade que faz a arte parecer verdadeira, apesar de todas as coisas impossíveis que ela possa dizer) e catarse (meio através do qual o homem purifica sua alma).

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