Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Memória de Aula 04 por Carlos Rangel Sousa Ferreira


Disciplina: Teorias Literárias
Prof: Socorro Acioli
Aluno: Carlos Rangel Sousa Ferreira

Memória de Aula 4 – 09/10/2010

Formalismo e Estruturalismo

Formalismo

Assim como a Nova Crítica, o Formalismo Russo ou simplesmente Formalismo surgiu na Europa no primeiro quartel do século XX. Como seu predecessor também estudou a obra literária isolada dos elementos externos, mas com a diferença de que, para os formalistas, os textos possuíam elementos que lhes davam sua qualidade artística. Surge, assim, as teorias que buscam diferenciar a Arte da Não-Arte encabeçada principalmente pelo teórico Vítor Chklovski. Segundo os formalistas o texto deveria proporcionar a visão desautomatizada do objeto levando ao estranhamento do texto poético, o que para esta corrente teórica era feita com aplicação de formas especificas que valorizassem a palavra em seus níveis sintático, semântico e morfológico.
Em linhas gerais o formalismo renova o significado do estudo da arte oferecendo um procedimento especifico, pois retira a concepção da construção de imagem como eixo principal de produção dos significados e mostra que estas imagens não são criadas e sim “ressignificadas”. São autores que contribuíram com concepção formalista de arte Roman Jakobson, Vladimir Propp entre outros.

Estruturalismo

Diferente das correntes de estudos literários anteriores o estruturalismo preconiza o estudo dos elementos estruturais do discurso na obra literária, dessa forma afasta-se do estudo imanente do texto como exemplifica Ivan Teixeira, em artigo da Revista Cult em Outubro de 1998 (Pág. 34).

O estruturalismo propõe o abandono do exame particular das obras, tomando-as como manifestação de outra coisa para além delas próprias: a estrutura do discurso literário, formado pelo conjunto abstrato de procedimentos que caracterizam esse discurso, enquanto propriedade típica da organização mental do homem.

Ou seja, o estruturalismo procura entender a obra como procedimento discursivo, o que levaria a compreensão de como se produz uma obra segundo a análise de sua estrutura. Chegando a possível construção de um arquétipo que compreenda as obras já produzidas e as que venham a ser publicadas.
Os estudos literários dessa forma são definidos como extrínsecos e homogêneos. O que significa dizer que a obra literária obedeceria a estruturas pré-estabelecidas comuns a todas as obras e que o autor elege e combina de forma individual para a construção de seu texto, lembrando a dicotomia saussuriana de Língua e Fala. Em que a Língua, como estrutura organizada, imanente e social se realiza na fala individual que a executa de forma que melhor servir ao falante. 

O interessante das duas é que sempre se busca as características definidoras de obra literária como texto e manifestação de pensamento. De certa forma, há aí uma complementaridade o que mostra que existem campos que cada uma melhor orienta.

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