Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Memória de Aula 05 por Vânia Tajra


Disciplina: Teoria Literária
Professora: Socorro Acioli
Aluno: Vânia Tajra

AULA 05: ESTÉTICA DA RECEPÇÃO

Perdi a quinta aula e por mais que tente entender, perdi o referencial do processo. Não participei das discussões, das inserções com Ulisses\ Fagner \ Wadlia... e nem das explicações da professora... Como consequência, tive que me ater ao texto e tentar entender através de Hans Robert Jauss, como se poderia reescrever a história da literatura.

Logo de início percebo que o termo “renovar” demanda uma série de implicações e “renovar” na história da literatura parece ser mais complexo ainda. Se é difícil pra mim compreender essa nova concepção do processo hoje, posso garantir que não foi fácil para o alemão Hans Robert Jauss, da Escola de Constança. Por isso, ele propôs a renovação através de 7 teses. As quatro primeiras teses apresentam os princípios que servem de base ao raciocício de Jauss e as 3 últimas expoem a metodologia a ser seguida.

Logo na primeira tese Jauss afirma que nem a Teoria Literária Marxista, que procurava demonstrar o sentido da literatura como retrato da realidade social, nem a Escola Formalista, que compreendia a literatura como uma sucessão de sistemas estético-formais sem relação com o processo geral da história, reconhecem o verdadeiro papel do leitor. Para Jauss a história da literatura é um processo de “recepção e produção estética que se realiza na atualização dos textos literários por parte do leitor que os recebe, do escritor, que se faz novamente produtor, e do crítico, que sobre eles reflete”. Então, nessa primeira tese Jauss propõe que seja repensado o papel que o historiador assume e entende a permanência de uma obra através do tempo em função da atuação do público sobre essa obra e não em função dela mesma, por valores eternos e imutáveis contidos na obra. A estética da recepção, assim colocada, concebe o texto como objeto histórico e oferece a cada observador, de diferentes épocas, diferentes percepções.

Na segunda tese, Jauss argumenta em favor da experiência estética do leitor, traduzida como resultado da interação obra-leitor. Para Jauss a leitura pode influenciar na produção de outras obras, levando-se em consideração a questão do bom gosto, mas de uma forma crítica e criadora. 

As terceira e quarta teses trabalham com o conceito de horizonte de expectativa, ou seja “a literatura como acontecimento cumpre-se primordialmente no horizonte de expectativa dos leitores, críticos e autores, seus contemporâneos e pósteros, ao experienciar a obra”. Trabalhando essas teses numa visão mais conceitual poderíamos dizer que o já conhecido da experiência estética anterior  e a mudança de horizonte exigida pela acolhida a uma nova obra, determinam o ponto de vista da estética da recepção.

Nas três últimas teses, Jauss  procura explicitar como se efetua uma história da literatura, do ponto de vista da recepção. Para isso ele propõe sua execução através de 3 formas conjuntas que são: diacrônica, sincrônica e o relacionamento entre a vida prática e a literatura.

Por análise diacrônica, entendo ser a análise feita da língua ao longo do tempo, ou seja sem espaço definido. Já a parte da análise sincrônica  diz respeito ao estudo da língua em um determinado espaço de tempo, pois segundo alguns autores, quando se fala em estado de língua “é necessário considerar uma época”...

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