Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Memória de Aula 04 por Ulisses Holanda de Oliveira


Vamos a minha quarta memória de aula. 

Esta, porém será um pouco teórica por conta de minhas leituras em materiais extras (Revista CULT). Um panorama das Teorias Críticas da Literatura é muito útil, entretanto exaustivo, haja vista existirem muitas concepções. Mas quero aqui tecer algumas considerações. 

Primeira: o Biografismo, estudo de uma obra a partir da vida do escritor/autor ainda é fato em muitos cursos de Letras no Ceará. Segunda: o Impressionismo, estudo de uma obra a partir de sensações pessoais, nunca sairá de moda. Terceira: o Estruturalismo propõe o abandono do estudo particular da obra (o impressionismo) para que seja estudada a estrutura do discurso literário. Uma obra é apenas uma manifestação desse discurso. Muito esculachada no meio acadêmico, porém é a base. Não se pode falar, escrever, pensar, e isso eu aprendi no meu Curso de Letras na UECE, em dar um passo em trabalho acadêmico sem antes falar no Saussure. Quando Deus criou o mundo, Saussure estava já lá! Pois mesmo sendo ultrapassado, o Estruturalismo representa a maior revolução metodológica nos últimos 50 anos nas Ciências Humanas. Saint-Beuve representa o Biografismo. A metodologia crítica de Saint-Beuve fundamentava-se sobre o fato de que “a obra de um escritor seria primeiramente todo um reflexo de sua vida e se poderia explicar por ela; este método se estabelece sobre a busca do intento poético do autor (intencionalismo), e sobre suas qualidades pessoais (biografismo)”. Anatole France é um exemplo de biografismo na crítica literária. Em vez de buscar no trabalho crítico as conotações da obra com as circunstâncias exteriores, caberia ao crítico não mais do que externar o prazer, a impressão que a obra lhe despertava à leitura.  Anatole France, em La Vie Littéraire, instituíra o padrão dessa atitude para ele a única de validade para o julgamento da obra literária.  “O critério era a sensibilidade e o gosto do crítico.  E o ato crítico resumir-se-ia num passeio da alma através das obras-primas.  Este foi o impressionismo crítico”. Roland Barthes e Tzvetan Todorov são uns dos representantes do Estruturalismo. São muitos! ”Estruturalismo" não se refere a uma "escola" claramente definida de autores, embora o trabalho de Ferdinand de Saussure seja geralmente considerado um ponto de partida. “O estruturalismo é mais bem visto como uma abordagem geral com muitas variações diferentes. Como em qualquer movimento cultural, as influências e os desenvolvimentos são complexos”. O New Criticism. Bom, A Nova Crítica teve como maior contribuição o fato de tratar o texto literário como uma entidade independente, livre de relações determinantes entre a sociedade e o artista e entre este e o próprio texto. Os novos críticos souberam estabelecer as conexões entre escritor e obra, mas não nos termos positivistas da abordagem tradicional. William Empson e T. S. Eliot e o “correlato objetivo”, série de eventos que despertariam no leitor a emoção desejada. Para a crítica tradicional, o texto analisado reflete o que se passou com o poeta. Enquanto para a Nova Crítica, o escritor se baseou em um acontecimento real para fazer uma estória ficional. 

Paro por aqui. Na próxima memória  de aula eu volto. 

Forte abraço  a todos!

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