Blog dos alunos da turma III da Especialização em Semiótica Aplicada à Literatura e Áreas Afins da Universidade Estadual do Ceará (UECE)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Memória de Aula 02 por Lindolfo Júnior


DISCIPLINA: TEORIA LITERÁRIA

ALUNO: LINDOLFO JÚNIOR


MEMORIAL DE AULA 02


        O termo “narrativa” não é algo que nos cause estranhamento, pois aprendemos a fazer textos narrativos na escola, quando foi que o mundo abandonou a narrativa? Talvez não seja assim tão fácil demarcar essa data, mas um começo seria pensar, afinal, o que é uma narrativa. Para Walter Benjamim (1994), a narrativa se refere à experiência que se torna fonte de histórias orais. São falas que contém um ensinamento, uma sugestão, um provérbio ou conselho. 

          "Texto quer dizer tecido; mas enquanto até aqui esse tecido foi sempre tomado por um produto, por um véu acabado, por trás do qual se mantém, mais ou menos oculto, o sentido (a verdade), nós acentuamos agora, no tecido, a ideia gerativa de que o texto se faz, se trabalha através de um entrelaçamento perpétuo; perdido neste tecido - nessa textura - o sujeito se desfaz nele, qual uma aranha que se dissolve ela mesma nas secreções construtivas de sua teia"( BARTHES,2002:71).

          A leitura é o que me move a  um universo paralelo de descobertas, necessito ler, parafraseando Clarisse para entender o mundo, praticar esse desejo insaciável pra mim é um prazer mas um bom livro necessita de um narrador bem definido e consciente, que construa uma teia envolvendo o leitor com personagens, cenários e fatos e que fermente uma história instigante. É função do leitor/Espectador entender e    interpretar o texto, para este fim o narrador que conta a história a partir do que vê torna-se uma entidade, com atribuições e limitações fundamentais para o objetivo final de um bom livro: a imersão no mundo da ficção.

         O leitor e o autor habitam o mundo real mas o narrador é irreal; eterno; sacro. O narrador é a voz que ecoa interiormente, seu fluxo de consciência pode ser usado:
l  Exterior à história;
l  Uma personagem da história;
l  Protagonista da história.

     Há várias formas de focar, na vista do narrador, os acontecimentos da história:
Focalização omnisciente— o narrador detém um conhecimento total dos acontecimentos.
Focalização interna — surge quando é instaurado o ponto de vista de uma das personagens que vive a história.
Focalização externa — acontece quando o narrador revela as características exteriores das personagens ou apresenta um espaço físico onde decorre a ação.

A focalização pode ainda ser considerada:
Heterodiegética — a ação é contada por um narrador exterior à história.
Homodiegética — uma das personagens da obra toma o papel de narrador.
Interventiva — tem a função de comentário.   

                Desta forma, podemos considerar que narrar é também construir um patrimônio de histórias e lembranças que representam um mundo virtual. São histórias que ficam guardadas nos livros, atualmente em vários aparelhos  eletrônicos, esperando para serem transmitidas a quem quer que as leiam, sejam curiosos sobre os últimos best-seller de fim de ano ou descendentes  por saberem as sagas de seus antepassados.  
                       

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